Banca de DEFESA: Andressa Vieira Palmeira

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Andressa Vieira Palmeira
DATA : 24/04/2023
HORA: 10:00
LOCAL: Sala de defesas do PPGSOL
TÍTULO:

Impenetrabilidade acadêmica e as dinãmicas de reconhecimento das mulheres cientistas: dois corpos podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo?


PALAVRAS-CHAVES:

Dinâmicas de Reconhecimento; Pós-graduação; Gênero e Raça; Outsider Within; Interseccionalidade.


PÁGINAS: 125
RESUMO:

Esta dissertação de mestrado investigou as dinâmicas de reconhecimento existentes entre pós-graduandas na sociologia, voltando-se especificamente a programas avaliados como de excelência. O campo acadêmico se apresenta como ambiente historicamente construído a partir de bases masculinas e embranquecidas, o que dificulta a inserção e ascensão das mulheres e pessoas negras neste espaço. Apesar de maioria na graduação, elas ainda não são expressivamente presentes na pós-graduação e, sobretudo, no topo da carreira acadêmica. Considerando os diferentes cruzamentos de categorias e seus efeitos nas experiências, esta pesquisa buscou avaliar as trajetórias no processo de luta por reconhecimento articulada às discussões referentes a gênero e raça na academia. Os procedimentos metodológicos aliaram uma primeira incursão a respeito dos programas de pós-graduação selecionados, um questionário online com estudantes desses programas, além de entrevistas individuais e em profundidade com seis mulheres escolhidas dentre o último grupo mencionado. A dissertação está dividida em três capítulos e sua estrutura de raciocínio se fundamenta nas três fases do reconhecimento para Axel Honneth, incluindo considerações críticas a respeito de seu trabalho, notadamente levando em conta a perspectiva de Nancy Fraser sobre a redistribuição. O primeiro capítulo expõe a literatura que fundamenta a investigação, bem como a metodologia empregada. O segundo capítulo se atenta às fases do reconhecimento pelo amor e pelo direito, integrando os dados coletados no questionário e nos relatos das entrevistadas. O terceiro capítulo, finalmente, segue a disposição do segundo, mas aprofunda o debate especificamente voltado à terceira fase do reconhecimento, a qual se dá maior destaque: a da solidariedade. Constatei que todas as mulheres, com suas trajetórias caracterizadas interseccionalmente, experienciaram a academia de formas diferentes, mas apresentando diversas sobreposições relevantes em seus relatos. Elas pontuaram as dificuldades de inserção e ascensão no meio, marcadas pela discriminação racial e de gênero. Percebem que a academia não foi pensada para que elas a ocupassem e, a partir das características de sua condição como efetivas ocupantes de um espaço, mas sem terem participado da criação de seus códigos, considero que é pertinente interpretar essa relação como a do status de outsiders within, baseada na conceituação de Patricia Hill Collins. Essa sensação de não pertencimento culmina no não reconhecimento, que não se compensa nas medidas que vêm sendo adotadas para a inclusão de mulheres e pessoas negras nesses espaços, apesar de muito importantes. Também notei a importância de figuras femininas de referência para o incentivo à continuidade dos estudos e para a construção de uma realidade que transforme a lógica da produção de conhecimento.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1804106 - STEFAN FORNOS KLEIN
Interno - 2273018 - EDUARDO DIMITROV
Externa ao Programa - 1065451 - LAYLA DANIELE PEDREIRA DE CARVALHO
Externa à Instituição - MARIANA TOLEDO FERREIRA - IFG
Notícia cadastrada em: 31/03/2023 11:12
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