Banca de DEFESA: PHILIPE JULIANO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PHILIPE JULIANO DA SILVA
DATA : 29/09/2025
HORA: 09:30
LOCAL: https://meet.google.com/dqx-vrtz-wxo
TÍTULO:

Transformar Cérebros em PIB ou Democratizar a Produção Científica? Como a gramática do atraso organiza dois modelos para a ciência nacional no Senado

 


PALAVRAS-CHAVES:

atraso nacional; ciência e tecnologia; Senado Federal; discursos parlamentares; Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia; desenvolvimento


PÁGINAS: 138
RESUMO:

Esta dissertação investiga como a noção de “atraso nacional” é mobilizada nos discursos parlamentares da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado Federal em 2019. Partindo da constatação de que o atraso constitui uma gramática social consolidada no pensamento brasileiro, o estudo buscou compreender de que modo esse diagnóstico é acionado para construir sentidos sobre ciência, tecnologia e desenvolvimento. A pesquisa utilizou a análise temática como estratégia metodológica, examinando significados e enquadramentos nos discursos de parlamentares. Referenciais teóricos dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (ESCT) foram articulados em conjunto à tradição sociológica brasileira sobre o atraso, de modo a evidenciar a coprodução entre diagnósticos políticos e sentidos atribuídos à ciência. O estudo teve como objetivos principais: mapear os enquadramentos de atraso acionados pelos parlamentares; identificar as referências mobilizadas; analisar como ciência e tecnologia foram posicionadas como solução, problema ou horizonte; e discutir os limites e potencialidades desses enquadramentos no debate político contemporâneo. A análise mostrou que o atraso funciona como um “fato consolidado” e é apropriado seletivamente nos discursos: ao mesmo tempo em que se reconhecem causas estruturais e conjunturais, silenciam-se dimensões como colonialidade, racialização e papel das elites. A ciência, por sua vez, surge como horizonte consensual de superação, mas é disputada quanto ao que conta como “ciência legítima” e quais finalidades devem servir. Duas molduras principais estruturam esse debate: um modelo de Desenvolvimento Econômico e Poder Geopolítico, que vincula ciência à competitividade internacional e à lógica de mercado; e um modelo de Desigualdade Interna e Inclusão Social, que concebe a ciência como bem público e prioriza equidade e cidadania tecnológica. Os resultados confirmam a prevalência do primeiro modelo, vinculado a uma racionalidade neoliberal, mas indicam que o segundo amplia a imaginação normativa ao trazer a pergunta “ciência para quem?”, revelando que a disputa em torno da ciência no Brasil não é apenas sobre eficiência e crescimento, mas envolve sentidos de desenvolvimento e justiça social voltados ao enfrentamento das desigualdades e à promoção da cidadania.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JEAN CARLOS MIGUEL - UNICAMP
Interno - 1642428 - FABRICIO MONTEIRO NEVES
Interna - ***.629.831-** - FERNANDA ANTONIA DA FONSECA SOBRAL - NÃO INFORMADO
Presidente - 1569541 - TIAGO RIBEIRO DUARTE
Notícia cadastrada em: 22/09/2025 15:07
SIGAA | Secretaria de Tecnologia da Informação - STI - (61) 3107-0102 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - app21.sigaa21