Banca de DEFESA: Rodolfo Araújo dos Santos Junior

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Rodolfo Araújo dos Santos Junior
DATA : 03/10/2025
HORA: 08:30
LOCAL: ICS
TÍTULO:

A REPRESENTAÇÃO DO MUNDO RURAL BRASILEIRO NAS COMÉDIAS ROCEIRAS DE MARTINS PENA


PALAVRAS-CHAVES:

Martins Pena; geração vacilante; mundo rural; sociologia da cultura; roceiro


PÁGINAS: 187
RESUMO:

Esta tese investiga as formas de representação do mundo rural brasileiro nas comédias de Martins Pena, situando sua produção no contexto social, cultural e político da primeira metade do século XIX. Parte-se da constatação de que, em meio ao avanço da urbanização, da intensificação da vida letrada e da consolidação da imprensa, formou-se uma visão ambígua do universo rural: ao mesmo tempo espaço de simplicidade e autenticidade e, por outro lado, lugar associado ao atraso e à ignorância. Essa ambivalência é central para compreender a posição ocupada pelo campo nas disputas de identidade cultural em curso no período. O objetivo principal do trabalho é analisar como tais representações foram construídas e encenadas no teatro de costumes de Pena, identificando os recursos cômicos — riso, sátira, caricatura — empregados para caracterizar tipos sociais amplamente reconhecíveis pelo público oitocentista. Para isso, mobiliza-se um amplo corpus documental que inclui peças teatrais, periódicos, crônicas, romances, relatos de viajantes e obras visuais produzidas entre 1831 e 1849, além de bibliografia crítica especializada. Metodologicamente, a pesquisa se inscreve no campo da história cultural e da sociologia da literatura, com especial atenção ao conceito de “pitoresco”, categoria descritiva herdada dos viajantes europeus e reelaborada por Pena em suas farsas roceiras. A análise ressalta também a inserção do dramaturgo nas redes de sociabilidade da chamada “geração vacilante”, formada por jornalistas, escritores e artistas que contribuíram para difundir práticas do romantismo no Brasil. Os resultados evidenciam que o teatro de Martins Pena funcionou como espaço privilegiado de tradução cômica dos conflitos entre campo e cidade, elites e populares, tradição e modernidade. Suas peças, embora fragmentárias e atravessadas pelo tom jocoso, revelam elementos decisivos para a constituição da comédia nacional, ao mesmo tempo em que oferecem uma reflexão crítica sobre tensões sociais, culturais e políticas da época. Conclui-se, assim, que a representação do mundo rural em sua obra contribuiu de modo singular para a construção de uma identidade cultural brasileira em formação.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2273018 - EDUARDO DIMITROV
Interno - 1505195 - SERGIO BARREIRA DE FARIA TAVOLARO
Externo à Instituição - CAETANO ERNESTO PEREIRA DE ARAUJO - SENADO
Externa à Instituição - MARIA ANGELICA BRASIL GONCALVES MADEIRA - MRE
Externo à Instituição - Marcus Vinicius Gomes Caixeta - CAPES
Notícia cadastrada em: 23/09/2025 16:07
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