As pandemias por vir: Construção de risco nas redes sociotécnicas de vigilância epidemiológica e ambiental na Amazônia
Risco. Redes sociotécnicas. Doenças infecciosas. Pandemia. Amazônia.
Em décadas recentes há um esforço, que ganhou tração com a pandemia de covid-19, para o monitoramento de risco de doenças infecciosas de potencial epidêmico e pandêmico.
Sob a perspectiva da segurança sanitária global, busca-se transformar uma ameaça futura, genérica e
incerta de “doença X” em um risco quantificável e monitorável. Parte desse trabalho depende da produção de dados em campo por cientistas e por serviços nacionais de vigilância epidemiológica e ambiental, que monitoram áreas do mundo de grande biodiversidade ameaçada, como a Amazônia, onde doenças de origem zoonótica e transmitida por vetores são a maior preocupação. Na intenção de compreender como uma parte desse trabalho acontece na prática, quem participa dele e quais conhecimentos são produzidos, esta pesquisa tem o objetivo de compreender como opera a rede sociotécnica que constrói e monitora o risco de (re)emergência de doenças infecciosas de origem zoonótica a partir da atuação da vigilância epidemiológica e ambiental no contexto amazônico, com um estudo de caso no Acre. Tendo em vista a interseção de questões sanitárias, científicas, políticas e tecnológicas, a pesquisa se situa nos Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia (ESCT) e adota a Teoria
Ator-Rede (TAR) com o intuito de rastrear os fios que aproximam atores humanos e não humanos, como mosquitos, documentos, larvas e computadores. Trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa, com a realização de entrevistas semiestruturadas e walking/go-along interviews (entrevistas em movimento) junto a agentes de combate às endemias (ACE), supervisores e coordenadores com Brasil.
atuação em secretarias municipais de saúde de Assis Brasil e Rio Branco e na secretaria estadual de saúde do Acre. A análise dos dados será feita com a técnica da Análise Temática, com destaque para a tradução de interesses e a padronização de dados, a fim de entender, na perspectiva dos humanos, como se expressa sua expertise técnica.