Banca de DEFESA: ISABEL SANTOS DO NASCIMENTO FORMIGA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISABEL SANTOS DO NASCIMENTO FORMIGA
DATA : 21/01/2025
HORA: 14:30
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

Mães Solo?: As experiências subjetivas de mulheres na criação monoparental de filhas e filhos


PALAVRAS-CHAVES:
Direitos Humanos; Relações de Gênero; Subjetivação; Criação Monoparental Mães Solo; Vivências Subjetivas

PÁGINAS: 190
RESUMO:

Esta pesquisa propôs-se a estudar os processos de subjetivação nas relações afetivas monoparentais, especialmente no contexto familiar, a partir das vivências das mulheres com seus parceiros, ou seja, relações entre homens e mulheres. O foco central da pesquisa é compreender como as masculinidades hegemônicas, socialmente construídas e impostas, podem influenciar negativamente esses vínculos. O comportamento masculino, frequentemente dominador, expõe mães e filhas/filhos a diversas formas de violência e vulnerabilidade, forçando-as a assumir sozinhas os papéis de cuidadoras e provedoras de seus filhos — um comportamento ainda visto como normal nas relações familiares no Brasil. Para alcançar o objetivo de "compreender as experiências subjetivas de mulheres na criação monoparental de filhas e filhos", a pesquisa inspirou-se na epistemologia qualitativa, que promove a construção interativa do conhecimento, estabelecendo um diálogo entre pesquisador e pesquisado, no qual ambos são "sujeitos ativos na produção de pensamentos e sentidos" (Santos do Nascimento, 2017, p. 50). Nesse processo dialógico, são considerados os cenários, contextos, bem como a singularidade e subjetividades dos sujeitos envolvidos. Foram adotados os princípios da pesquisa exploratória, visando obter familiaridade com o problema por meio de um estudo bibliográfico de autoras e autores como Beauvoir (1967); Kehl (2007); Del Priori (2011, 2013 e 2020); Saffioti (2015); Acuña (2017); Bandeira (2017); Collins (2019); hooks (2019); Lerner (2019 e 2022); Almeida (2020); Finamori (2022), entre outros. Como método de construção de informação (dados), foram utilizadas rodas de conversa com escuta sensível e cuidadosa com oito mulheres, entre 20 e 50 anos, moradoras da Estrutural, cidade satélite da periferia do Distrito Federal, e de outras regiões administrativas do DF, precedidas por entrevistas semiestruturadas para caracterizar as participantes. As entrevistas buscaram responder a questões como: qual é a história de vida dessa maternidade sem a participação afetiva do pai? Qual é a composição familiar da mãe e as condições subjetivas de criação sem o genitor? O cenário atual de crescente violência contra mulheres e meninas pode ser compreendido como um impedimento ao acesso aos direitos humanos e à cidadania, assim como aos processos de humanização no mundo? A naturalização das masculinidades hegemônicas culturalmente determinadas pode ser universal nas relações afetivas e familiares? Como as mulheres que criam seus filhos sozinhas se veem como mulheres de direitos em uma sociedade fortemente patriarcal? Espera-se que as participantes interajam ativamente durante a pesquisa. Os resultados revelam que, embora o termo "mãe solo" seja amplamente utilizado para designar mulheres que criam suas filhas e seus filhos sem a participação do pai, essa concepção não é universal nem plenamente aceita por todas. Algumas participantes não se identificaram com a nomenclatura, que muitas vezes carrega um romantismo social distante de suas realidades. O contraste entre a idealização da "mãe solo" e suas vivências é evidente: elas enfrentam sobrecarga extrema, acumulando sozinhas a responsabilidade pela criação dos filhos, em meio ao abandono paterno. Longe de qualquer romantização, suas experiências são marcadas por uma subjetividade repleta de dor, sofrimento, cansaço, humilhação e preconceito. E, ainda assim, ao final de seus relatos, todas expressaram uma felicidade resiliente, sustentada pela realização de maternar de forma plena, apesar das adversidades. Essa felicidade, longe de ser uma negação das dificuldades enfrentadas, revela-se como um ato de resistência e superação. Essas mães, com suas trajetórias de luta e conquistas, representam exemplos vivos de força, transformação e capacidade de ressignificar suas experiências, afirmando-se como protagonistas de suas histórias e como pilares essenciais na vida de suas filhas e de seus filhos.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - GISELE PIMENTA DE OLIVEIRA - IESB
Interna - 1800868 - JANARA KALLINE LEAL LOPES DE SOUSA
Presidente - 1170952 - LUCIA HELENA CAVASIN ZABOTTO PULINO
Externa à Instituição - NATALIA OLIVEIRA TELES DA SILVA - VIDA E JUVEN
Notícia cadastrada em: 09/01/2025 12:18
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