DISCURSOS DE ÓDIO NA INTERNET E VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: A ARTICULAÇÃO ONLINE DE GRUPOS MASCULINISTAS PARA O COMETIMENTO DE ATAQUES NO AMBIENTE EDUCACIONAL
Discurso de ódio; Violência escolar; Masculinidades; Cibercultura; Educação como prática de liberdade; Brasil; Portugal.
Esta dissertação investiga como discursos de ódio circulantes na internet – especialmente aqueles produzidos e amplificados por grupos masculinistas – contribuem para a intensificação da violência em ambientes escolares e para a cooptação de crianças e adolescentes em ataques a escolas. Sustentada por abordagem qualitativa e comparativa, a pesquisa discorre sobre ataques ocorridos no Brasil e em Portugal à luz do enquadramento midiático de Goffman, articulando-os com marcos legais nacionais e internacionais e com literatura sobre gênero, sexualidade e masculinidades. As fontes empíricas incluem reportagens de G1, O Globo, Público e Expresso, além de relatórios de fontes secundárias relevantes para o tema. Argumenta-se que a “machosfera” opera como incubadora de identidades e repertórios de hostilidade, gamificando a violência e naturalizando-a em suas mais diversas faces, num ciclo ora simbólico, ora material. No plano normativo, examinam-se Constituição e leis brasileiras (exemplificativamente, ECA, LDB, Estatuto da Juventude, Lei Antibullying), e, em Portugal, Constituição, Código Penal e atos infralegais, além do Digital Services Act da União Europeia (2022). Como contribuição, propõe-se um modelo que integra o ambiente virtual, marcos legais e pedagogia libertadora, defendendo prevenção que combine a devida responsabilização dos sujeitos envolvidos nesses atos e educação em e para os direitos humanos.