Significação; Experiência; Sujeito; Direitos Humanos
Críticas ao universalismo dos direitos humanos, suas contingências enquanto instrumento de luta social e histórica integram o projeto crítico deste Programa de Pós-graduação. Pesquisas sobre direitos humanos, feminismos, feminismos negros e possíveis intersecções entre esses campos existem e oferecem novas ferramentas para o fortalecimento da democracia, da participação política, da representatividade e da educação em direitos humanos. No entanto, o sujeito enquanto unidade fixa e determinada mantém sua centralidade, agora completado por raça, gênero e classe em uma política das identidades. Nesse quadro, este projeto parte da compreensão de que a literatura crítica sobre direitos humanos pode se beneficiar de um engajamento mais profundo com teorias linguísticas e semióticas, feminismos críticos do sujeito e com a radicalidade do pensamento feminista negro, deslocando-se para uma articulação teórica e política da experiência. A pergunta de pesquisa é: “Como a centralidade da experiência enquanto lugar constitutivo do sujeito em constante transformação em oposição à noção de um sujeito universal e fixo pode contribuir para os discursos e práticas em direitos humanos?” A hipótese é que esse deslocamento poderia conduzir a um paradigma não-determinista, mais plural e complexo que as atuais noções de sujeito e identidade, que não valorize certas posições em detrimento de outras, nem tome o sujeito como um todo racional, autônomo e pré-existente aos processos sociais de significação e das condições materiais que experimenta ao longo da vida. O objetivo geral desta exploração bibliográfica é avançar na construção de discursos e práticas em direitos humanos comprometidas com a pluralidade das experiências de indivíduos constituídos no gênero, na sexualidade, na raça, na classe e em tantos outros processos sociais de significação que não se pode presumir ou concluir que o sujeito é.