Entre apagamentos e resistências: a promoção dos direitos LGBTQIA+ pelo Ministério dos Direitos Humanos (2019-2024).
Modelo de Múltiplos Fluxos; Direitos Humanos; Direitos LGBTQIA+; Políticas Pública
Este trabalho tem como objetivo analisar as ações de promoção de direitos da população LGBTQIA+ pela pasta de direitos humanos do executivo federal: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, entre os anos de 2019 e 2022; e Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania entre 2023 e 2024. Baseada no Modelo de Múltiplos Fluxos (MMF) de Kingdon, a pesquisa buscará analisar como problemas, soluções e contextos políticos convergiram para incluir a pauta LGBTQIA+ na agenda governamental. O estudo utilizará uma abordagem qualitativa, com entrevistas semiestruturadas e análise documental, sendo guiado por categorias analíticas que correspondem aos fluxos do MMF. Primeiramente, o trabalho destaca a evolução histórica da institucionalização dos direitos humanos no Brasil, desde a Constituição de 1988, passando por retrocessos e seguindo até o momento atual. Durante este período, houve desmonte de estruturas participativas e promoção de uma agenda conservadora, em detrimento das políticas inclusivas para a população LGBTQIA+. Com o retorno de Lula à presidência, o MDHC foi reestruturado, propondo novas políticas e instrumentos institucionais voltados para grupos vulneráveis, incluindo iniciativas significativas voltadas à comunidade LGBTQIA+. O estudo também examinará o papel dos atores visíveis e invisíveis no processo de formulação dessas políticas, ressaltando a importância da articulação entre líderes políticos, movimentos sociais, acadêmicos e técnicos governamentais. A pesquisa busca entender como janelas de oportunidade foram aproveitadas para as ações em relação à população LGBTQIA+ entrarem na agenda política, considerando as continuidades e rupturas observadas ao longo do tempo.