Neoconservadorismo; Políticas Públicas; HIV; AIDS; PrEP.

A epidemia de HIV/AIDS completou 4 décadas de existência, sendo um dos maiores problemas de saúde pública enfrentados pelas autoridades de saúde e pelas populações mais afetadas. Desde o descobrimento do vírus na década de 1980, a ciência apresentou avanços significativos que possibilitaram reduzir drasticamente o impacto da AIDS, reduzindo o número de mortes e oferecendo qualidade de vida às pessoas vivendo com HIV. O fio condutor dessa história se deu pelo avanço no desenvolvimento de novas tecnologias e pela implementação de políticas públicas que, no Brasil, se consolidaram no programa brasileiro de HIV/AIDS. Dentre as mais recentes e avançadas tecnologias desenvolvidas para a prevenção da infecção está a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) a qual passou, desde 2017, a ser incorporada ao SUS. A PrEP vem transformando significativamente a vivência das pessoas mais vulneráveis ao HIV/AIDS em termos de comportamento e prevenção, mas também a forma como os Estados estão lidando com o vírus. Este movimento insere-se num momento histórico de exacerbada polarização política e fortalecimento do ideário neoconservador, tanto no Brasil quanto em âmbito regional e global. Nesse sentido, o presente projeto de pesquisa propõe refletir sobre neoconservadorismos e seus desdobramentos nas políticas públicas brasileiras de HIV/AIDS, especificamente na política da PrEP. Utiliza como lente analítica os debates teórico-conceituais sobre direitos humanos e tecnologias.