Banca de DEFESA: Adelino Soares Santos Machado

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Adelino Soares Santos Machado
DATA : 30/06/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do PPGDH
TÍTULO:

Alfabetização e/ou iniciação escolar: os direitos humanos da Criança Quilombola Kalunga

 

PALAVRAS-CHAVES:

Alfabetização; Criança Quilombola; Educação Infantil; Direitos Humanos; Jogo de cintura; Pedagogia; Racismo; Território Kalunga.

 

PÁGINAS: 281
RESUMO:

Tese de doutorado, que tem como objeto investigar os direitos humanos da criança quilombola Kalunga, preservados ou violados no momento da “alfabetização”, ou iniciação escolar. Ao atingir o estágio etário do “personalismo” de Wallon, a criança, neste caso a negra Kalunga, a ela podem ser negados seus direitos fundamentais de aprender. Com esse vilipêndio o sistema escolar pode decretar a morte cognitiva da criança em “tenra idade”. No Brasil, a colonização exploratória, o racismo europeu e a escravização de africanas e africanos, sedimentou a cultura da violência contra a criança negra, como prática pedagógica do Estado, na escola. Sendo assim o estudo também almeja contribuir para a “africanizar” a ciência, a educação e o currículo escolar, descolonizando-o a partir da concepção de uma nova pedagogia, que ousei denominar pedagogia da escuta. Para isso recorro ao método crítico dialético e utilizo técnicas da pesquisa qualitativa, no âmbito dos estudos de casos múltiplos, para escutar agruras perceptíveis nas escolas observadas. A investigação é fundamentada na humanista e crítica de Paulo Freire com base em seu legado literário produzido entre os anos de 1968 e 1997. A pesquisa também bebe na fonte gramisciana e dialoga com autoras/es como Baiocchi (1999), Demo (2004), Fourshey (2019), Gomes & Araújo (2023), Hunt (2012), Kilomba (2019), Munanga (2016), Reynolds (2021), Real (2023), Soares (2008), Theodoro (2022) e outros. Parte da teoria da ação antidialógica e, num traçado de tempo e trabalho reflexivo, desemboca nas entranhas Kalunga de algumas de suas professoras que alfabetizam e suas crianças sob jurisdição da rede municipal de ensino de Monte Alegre de Goiás. O resultado obtido é a constatação e denúncia de que o Estado Brasileiro continua violando os direitos das crianças negras brasileiras, de maneira explícita as Kalunga, ao manter precárias a educação infantil formal, os recursos humanos, as estruturas materiais e curriculares inadequadas à aprendizagem, conforme suas ancestralidades e ao cotidiano quilombola. A alfabetização e/ou a iniciação escolar dessas crianças depende do “jogo de cintura” das professoras contratadas, para desviar-se das amarras da “matriz curricular” dominante, praticada num sistema multisseriado de ensino, herdado do período imperial brasileiro (1822-1889). As crianças quilombolas Kalunga, são representadas por Muénga, menina encontrada semianalfabeta aos oito anos em uma escola da área pesquisada. As/os professoras/es, participantes da pesquisa, recebem nomes originados dos grupos linguísticos Kimbundu e Iorubá, tais como Àgbàsá, Yinga, Nefertiti, Oriki, Kindoki, etc., como estratégia de preservação de suas identidades, mas também para indicar a intenção de provocar o debate da “africanização” da educação a partir da experiência nas escolas Kalunga. A pesquisa debate apresenta o personagem Omokùnrin, como possível resposta à pergunta que dá vida ao futuro de Muénga.

 

MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1193040 - ELEN CRISTINA GERALDES
Externo à Instituição - KALED SULAIMAN KHIDIR
Externo à Instituição - MANOEL BARBOSA NERES
Presidente - ***.083.417-** - PEDRO DEMO - UnB
Interno - 718307 - WELLINGTON LOURENCO DE ALMEIDA
Notícia cadastrada em: 12/06/2025 10:05
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