FILOSOFIA E POLÍTICA EM HANNAH ARENDT: EM BUSCA DE UMA MEDIAÇÃO
Hannah Arendt. Filosofia.Política.Pensamento. Ação. Juízo. Banalidade do mal.
Esta dissertação pretende investigar a articulação entre filosofia e política no interior das principais obras de Hannah Arendt. Tendo em vista o fato de essas duas disciplinas estarem sempre em tensão ou oposição–principalmente da perspectiva da tradição do pensamento filosófico, a começar por Platão–, buscar-se-á determinar se existe alguma possibilidade de mediação entre ambas a partir essencialmente da conciliação entre as faculdades de pensamento e ação. Assim, optou-se por uma abordagem monográfica, em princípio histórico-filosófica, partindo para a análise crítica dos conceitos discorridos pela autora. Em outras palavras, o trabalho priorizou, por um lado, a exposição rigorosa da teoria arendtiana e, por outro, esforçou-se por conceber conexões entre filosofia e política com ela e partir de sua obra.
Em síntese, o primeiro capítulo dessa dissertação compreende a investigação histórico-filosófica dos principais eventos ocorridos na modernidade como prenúncio do período totalitário. O objetivo nesse primeiro momento é exibir, sobretudo, o esgotamento do pensamento crítico em proveito de alguns conhecimentostécnicos-matemáticos.
Em seguida,o trabalho será relacionar o surgimento do indivíduo de massas com essa incapacidade de pensamento, desenvolvendo, emespecial, o conceito debanalidade do mal.
Por fim, voltar-se-á para a hipótese de relação entre filosofia e política, pensamento e ação a partir de dois paradigmas: o primeiro tendo Sócrates como modelo de filósofo e cidadão; e o segundo, a partir do legado de Kantna elaboração dos conceitos de pensamento e juízo. A finalidade é, portanto, mostrar uma alternativa para a mediação entre essas categorias, que, segundo a autora, sempre estiveram em conflito ao longo de toda a tradição.