UMA DESCRIÇÃO DA CONSCIÊNCIA INTENCIONAL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A PSICANÁLISE EXISTENCIAL
Filosofia Francesa; Consciência; Fenomenologia; Psicanálise Existencial
A Psicanálise Existencial é um dos últimos assuntos abordados na obra O Ser e O Nada (1943) do filósofo Jean-Paul Sartre. A despeito da nítida inspiração freudiana, Sartre irá propor uma interpretação das condutas humanas a partir de uma fundamentação ontofenomenológica do homem e do mundo. Este trabalho tratará de apresentar os laços estreitos entre o filósofo francês e o alemão Edmund Husserl (1859-1938), explicitando de que modo Sartre absorveu as ideias fenomenológicas e qual o alcance dessas ideias dentro de sua filosofia. Iremos expor as principais noções filosóficas do autor que sustentam sua proposta psicanalítica, fazendo algumas referências à psicanálise freudiana, mas no intuito de colocar em relevo a originalidade da noção sartriana de consciência construída ao longo de suas obras. Também faremos uma interlocução com Georges Politzer no intuito de encontrar semelhanças entre a proposta de Sartre e o movimento crítico feito pelo pensador em relação aos cânones teóricos do campo da psicologia. Dessa maneira, pretendemos localizar o filósofo existencialista ao lado daqueles intelectuais que tentaram reorientar os paradigmas das ciências humanas a partir do conjunto de obras existencialistas. Portanto, o intuito desta dissertação é perceber quais as implicações que a concepção sartriana de consciência pode ter no campo das ciências humanas e como o existencialismo sartriano pode ser útil na compreensão da sociedade e do humano contemporâneo