AS INFLUÊNCIAS ARISTOTÉLICAS NA NOÇÃO DE VOLUNTAS EM TOMÁS DE AQUINO
Tomás de Aquino. Alma. Vontade. Aristóteles. Prudência.
Neste estudo buscaremos compreender a noção de voluntas apresentada pelo Doutor Angélico em sua obra e, notadamente, as contribuições da filosofia aristotélica nessa questão. O conceito de vontade, como compreendemos a partir do pensamento cristão, não teria, segundo alguns, correspondente na filosofia grega. A verdade é que há vários pensadores cristãos antecessores a Tomás de Aquino que trataram da noção de vontade. Contudo, apesar da influência desses pensadores na filosofia de Tomás, é deveras interessante identificarmos que o Aquinate parece reivindicar que o seu conceito de voluntas decorra do aristotelismo. Para tanto, dividiremos este estudo em quatro partes: primeiro, buscaremos compreender a alma humana, suas faculdades e, sobretudo, identificar e definir o apetite intelectual da alma, a voluntas. Segundo, trataremos do objeto da voluntas, o bem (bonum) e suas divisões. A voluntas, sendo um appetitus da alma – apetite intelectivo (appetitus intellectivus) –, tem por natureza inclinar-se em direção a um certo objeto identificado como bem. Não se trata de um bem particular, mas de um bem considerado sob a razão universal. Terceiro, abordaremos sobre a prudência (prudentia), a virtude que aperfeiçoa o intelecto para ordenar as paixões e o agir humano. Por fim, apresentaremos os atos da vontade em direção ao seu objeto e da estrutura do agir humano.