Pensamento antieconômico em Byung-Chul Han: reflexões sobre negatividade e afabilidade
existência econômica; antieconomia; negatividade; positividade; afabilidade
Esta tese explora os três núcleos ou pilares da filosofia haniana: negatividade, positividade e afabilidade. Inicialmente, destaca a negatividade e a positividade em suas dimensões econômicas: a primeira, defensora da monadologia chamada casa privada (oikos); a segunda, maximizadora dessa casa por meio do trabalho de instrumentalização do outro humano, do mundo e de seus entes. Ambas se mantêm contra a morte do Si, isto é, contra a despotencialização do ego ou contra a morte da preponderância da identidade. Ambas são vistas enquanto regiões narcisistas, uma vez que expulsam a singularidade do outro humano a cada vez. Essa expulsão acontece quando a negatividade econômica se blinda egoicamente, em sua casa privada, afastando-se da alteridade humana. Também acontece quando a positividade econômica se dirige ao outro humano e à terra para torná-los recursos de produção irrestrita. A partir do segundo capítulo, a tese examina a negatividade de outro modo, não economicamente, mas enquanto guardiã de terra, coisa corpórea, ritualização, silêncio, alteridade, Nós, para citar alguns dos temas nos quais a negatividade haniana detém sua força de preservação de mundo contra a positividade irrestrita do capital. A afabilidade também aparece como antieconomia/anticapitalismo durante a discussão dos temas hanianos. Ela é a contraimagem à economia, pois não intenciona privatizar território, rejeita posse e apetite por mais-poder tão presente na positividade capitalista, que visa engrandecer o seu oikos.