O DILEMA DE MOLNAR: PROBLEMAS PARA O INTENCIONALISMO E O DISPOSICIONALISMO
Disposições. Poderes causais. Ontologia da mente. Intencionalidade.
Pensar sobre disposições depende sobremaneira de como alguém pensa relações causais. A natureza das disposições traz consigo uma dificuldade notável, visto que o disposicional se resume à capacidade de realizar aquilo mesmo que não está fazendo no momento. Lidar com essa dificuldade exige do teórico atribuir a essas propriedades elementos usualmente tidos como mentais. Contudo, há um atrito não resolvido nessa posição em torno do conceito de mente a ser defendido. A nosso ver, esse atrito pode ser capturado em um dilema: aceitar a analogia entre o disposicional e o intencional não implica inferir a identidade entre o físico e o mental se isso significa aceitar o pampsiquismo; contudo, no que concerne o realismo de poderes, a analogia deve ser verdadeira. O disposicionalista que deseja falar do mental enfrenta uma escolha: ou o teórico desiste dos seus propósitos explicativos sobre o mental, ou é levado a admitir que o pampsiquismo é a única opção plausível condizente com o seu realismo de disposições. O nosso trabalho tem por objetivo providenciar uma apropriação inteligível desse dilema.