Banca de DEFESA: ELZAHRA MOHAMED RADWAN OMAR OSMAN

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ELZAHRA MOHAMED RADWAN OMAR OSMAN
DATA : 04/10/2022
HORA: 14:00
LOCAL: À DISTÂNCIA (PELA PLATAFORMA TEAMS)
TÍTULO:

(PO)ÉTICA DA OPACIDADE: raça, memória, espectro


PALAVRAS-CHAVES:

transparência; opacidade; diferença; outridade; espectros.


PÁGINAS: 268
RESUMO:

A tese começa a se desenhar a partir de um incômodo: o mundo como o conhecemos continua se direcionando para cataclismas ambientais, sociais e éticos. Infelizmente, essas asserções não são nem morais, nem questionáveis. Ao que parece, é o que há, a despeito da existência de movimentos comunitários, culturais e econômicos que procuram sobreviver ao fim do mundo. As soluções que vemos desenhadas quando muito questionam a necessidade do fim do capitalismo, quase sempre sem considerar o que alguns teóricos vêm apontando de diversos modos: que o capitalismo apresenta uma tremenda força revolucionária e reificadora dos seus próprios processos – ao que Silvia Federici adicionaria, quase sempre reacionárias. Assim, não apenas o mundo se dirige a uma extratibilidade sem fim, dos recursos naturais e dos recursos epistêmicos, como também se direciona a uma existência cada vez mais proletarizada, cercada e maquinizada para a maioria dos habitantes do planeta. Ao investigar os pressupostos do texto moderno, mormente filosófico, como sugerido por Denise Ferreira da Silva, procurei compreender aquilo que, em termos ontoepistemológicos, possibilita a permanência do mundo como o conhecemos. Temse em vista o cenário descrito e a compreensão de que ainda é necessário e sempre possível (r)existir, sem, no entanto, impedir o fim desse mundo, ou, ao contrário, contribuir para seu fim (da Silva).Compreendo, como as autoras e os autores mobilizados no presente texto – como o martinicano Édouard Glissant, a afroamericana Saidiya Hartman e a própria da Silva – o fato de ser o arsenal racial gestado na modernidade aquilo que deveria findar para que este mundo findasse. Nesse sentido, a tese investiga a constituição da outridade no assim chamado “texto moderno”, bem como apresenta algumas discussões contemporâneas que procuraram produzir pensamento a partir do que Walter Mignolo chamou de “diferença colonial”. Partindo do diagnóstico da constituição do eu transparente (a constituição do sujeito no pós-Iluminismo)na obra de da Silva e a partir da prerrogativa colocada por Glissant em relação à opacidade, procuro desenhar o que seria o fim do arsenal racial e o fim deste mundo a partir daquilo que sobra: os fantasmas, os rastros e os espectros. Por não se constituírem em presenças plenas –“presença” como outro nome da metafísica –, por se recusarem à reificação da extratibilidade apregoada pelo texto moderno, por não se inscreverem por meio dos essencialismos no pensamento filosófico e político da transparência, bem como seus concomitantes projetos emancipatórios civilizatórios e aqueles presentes nos fundamentalismos religiosos contemporâneos, eles são as memórias, os rastros, as inscrições quem possibilitarão a irrupção do real. Há ainda a (po)ética, como o modus formal e material com o qual lidamos com a recusa da transparência e reafirmamos o direito à opacidade (Glissant) como o único modo possível de estar no mundo. O texto é, assim, uma tentativa de encontrar – também junto à literatura filosófico-feminista contemporânea– aquilo que sobra e que constituirá o nosso novo mundo a partir do fim da racialidade.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - SUZE OLIVEIRA PISA - UFABC
Externa à Instituição - DENISE FERREIRA DA SILVA - UBC
Presidente - 1348380 - HILAN NISSIOR BENSUSAN
Externo ao Programa - 2290568 - WANDERSON FLOR DO NASCIMENTO
Notícia cadastrada em: 20/09/2022 15:02
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