Banca de DEFESA: Erick Luiz Araújo de Assumpção

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Erick Luiz Araújo de Assumpção
DATA : 24/07/2023
HORA: 15:00
LOCAL: Laboratório da Linha 1: Origens do Pensamento Ocidental
TÍTULO:

Do phármakon. Ensaios sobre a multivalência


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras-chave:


PÁGINAS: 121
RESUMO:

Apresenteteseésustentadaporumtextointrodutório,intituladoAfinação,eumfinal,cujotítuloé
Desmontagem.Entre eles são apresentadostrês ensaios,os dois primeirosseparadosdo último por umIntervalo.
Abre-se o trabalho com aAfinação. Diferente de uma introdução, busca-se algo como uma preparação
instrumental.Preparaçãonecessária,tendoemvistaoobjetivogeraldapesquisa:olevantamentoea
interpretação de discursos da Antiguidade grega – em particular naOdisseiade Homero, emHelenade
Eurípides, e nos diálogos protagonizados pelo Sócrates platônicoque possam funcionar em oposição à
perspectiva da “guerra às drogas”, guerra cujos maiores danos se impõem, no Brasil, mas não só, sobre a
população negra. Afinação, poissetrata de ajustar instrumentos muito diferentes – da poesia e da filosofia gregas
antigas e da práxis antirracista e antiproibicionista contemporâneas – de maneira a soaremjuntosmantendo suas
sonoridades próprias. De modo previsível, dada sua tradução por droga, medicamento ou veneno, a atenção se
volta para o termophármakone seu uso nos textos antigos. No primeiro ensaio,intituladoOdisseu e a
multivalência épica, vê-se, no entanto, que ophármakonnão pode ser analisado sozinho. No ensaio, propõe-se
uma leitura de três episódios daOdisseianos quais há o uso de umphármakon.A partir dessa leitura, centrada
inicialmente nophármakon, percebe-se uma articulação à comida floral dos lotófagos e à relação dexénia,
chegando à proposta segundo a qual, no texto homérico, há a valorização de algo que pode ser chamado de
multivalência – a indefinição,a princípio, de algo; seu caráter aberto, desde o qual, de funcionamentos os mais
variados, dá-se o desenvolvimento de um dentre eles de acordo com a atmosfera na qual tal algo está inserido –,
um atributo, como se verá, conectado aophármakon, mas que o extrapola. No segundo ensaio, cujo título é
Helena e a ambivalência trágica, tem-se como intenção ler, à luz da ambivalência farmacológica, a tragédia
Helena, de Eurípides. Fala-se em ambivalência, pois afirma-se que há algo como uma “redução” do campo
multivalentehoméricoodisseico,paraaqueleambivalentetrágico.Uma redução que implica em uma
intensificação da ambivalência. Processo no qual há, concomitantemente, a diminuição das variáveis próprias à
multivalência a dois polos opostos e algo como uma aproximação entre esses polos, criando uma fronteira,
atravessada e explorada ininterruptamente pela tragédia. Para lidar e problematizar a ambivalência, Eurípides
usa, por um lado, Helena e seueidolon,essa imagem de Helena criada porHera, e, por outro, a relação entre
gregos e bárbaros.OIntervaloé um pequeno texto, algo como uma introduçãoà aparição de Sócrates, o
protagonista de Platão. Que morre executado por umphármakon, e usa e sofre os efeitos de outro, durante
grande parte da vida, ophármakondos discursos.Mas não só isso, pois, dependendo de onde se observa
Sócrates, pode-se ver algo como a coexistência entre o bom, o mau e o indiferente. Toda uma multivalência
própria ao personagem.Se aAfinaçãoera a preparação para se aproximar e lidar com os textos em foco, a
Desmontagemé o afastamento.Tem-se, aí, o momento no qual se fala mais diretamente acerca dos motivos
pelos quais se pode analisar os textos antigos gregos, com os olhos voltados, ao mesmo tempo, para nossa vida.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - LUISA SEVERO BUARQUE DE HOLANDA - PUC - RJ
Externa à Instituição - BEATRIZ DE PAOLI - UFRJ
Externo à Instituição - RODRIGO SIQUEIRA-BATISTA - UFV
Interna - 1357127 - AGATHA PITOMBO BACELAR
Presidente - 1535405 - GABRIELE CORNELLI
Notícia cadastrada em: 22/05/2023 17:33
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