Banca de DEFESA: Megue Magalhães de Andrade

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Megue Magalhães de Andrade
DATA : 20/12/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Teams
TÍTULO:

O CORPO COMO CATEGORIA ÉTICO-POLÍTICA EM JUDITH BUTLER


PALAVRAS-CHAVES:

Butler. Corpo. Ética. Política


PÁGINAS: 163
RESUMO:

Judith Butler é uma das filósofas do campo de estudos de gênero, cujas ideias têm expandido para estudos mais amplos acerca de problemas sociais, éticos e políticos da contemporaneidade. Essa pesquisa participa de um empenho em curso, para trazer as contribuições de suas problematizações e de suas proposições para o trabalho filosófico em contexto brasileiro. A partir desse quadro, busca-se realizar uma leitura de corpo na filosofia de Butler, mapeando o significado que a corporalidade adquiri, o papel que desempenha, bem como a forma como repercute sobre suas teorias. O objetivo principal é compreender o desenvolvimento da ideia de corporalidade na filosofia de Butler e sua repercussão sobre a elaboração de uma ético-político que expande os problemas de gênero, sem abandoná-los. O problema do corpo surge da relação sexo e gênero para a configuração da ontologia do sujeito. Assim, o ponto de partida, e que também o atravessa, é o problema do sujeito, que para Butler, não é pressuposto nem garantido. Assim como o corpo não é dado de antemão, não é mero produto da natureza, mas constructo social. E nesse processo de “construção”, operado pela performatividade, tem-se a produção do corpo abjeto, como consequência da produção regulada de corpos para serem reconhecidos como sujeitos. Essa ontologia rejeita o excesso de sua produção, a fim de garantir a legitimidade dos corpos normatizados. Isso influenciará a perspectiva de Butler sobre as vidas que importam e as vidas que não importam. A elaboração da sua crítica ao sujeito e a des-ontologização do corpo convergem, portanto, para a necessidade de pensar outro modo de subjetividade e de corporalidade. O sujeito de Butler é essencialmente extático porque produzido por contatos, em processos interrelacionais e dinâmicos. A ontologia social do corpo aparece, então, como alternativa à metafísica da substância e apresenta a imagem do corpo interpessoal, enquanto vetor de relações constitutivas da subjetividade. Esse modo social-relacional de existência implica vulnerabilidade e interdependência, valores segundo os quais guiar um outro modo de conceber as relações éticas. Não mais a partir da autoconsciência, autonomia e autoresponsabilização individuais, mas a partir do reconhecimento da dependência, dos limites e dos fracassos das pretensões autorrealizadoras. Por fim, emerge na filosofia de Butler a imagem corporalizada da política, articulada pela imagem política do corpo, por meio da qual a filósofa constrói alternativas de políticas plurais. Através da mobilização da condição de dependência que é possível criar movimentos corporais potentes e produzir transformações inesperadas. Dessa maneira, é uma forma de argumentar contra as perspectivas individualistas liberais, ao mostrar que a agência política não se constrói enquanto uma soberania individual, independência e invulnerabilidade.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CARLA RODRIGUES - UFRJ
Externa à Instituição - CRISTIANE MARIA MARINHO - UECE
Interno - 1535405 - GABRIELE CORNELLI
Presidente - 1716169 - PEDRO ERGNALDO GONTIJO
Interna - 1889139 - PRISCILA MONTEIRO BORGES
Notícia cadastrada em: 19/12/2023 10:31
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