Banca de DEFESA: Isadora Costa Fernandes

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Isadora Costa Fernandes
DATA : 29/05/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Microsoft Teams
TÍTULO:

Sobre a semente/ Sobre a constituição da criança: uma tradução a partir da perspectiva dos estudos de gênero.


PALAVRAS-CHAVES:

Physis; Metáfora; sobre a semente/ sobre o desenvolvimento da criança; Continuum; Gênero.


PÁGINAS: 114
RESUMO:

O objetivo deste trabalho é desenvolver uma análise e tradução do tratado hipocrático sobre a semente/sobre o desenvolvimento da criança sob a perspectiva de gênero. O primeiro capítulo analisa o par physis e nomos argumentando que esses termos não são equivalentes ao par totalizador natureza e cultura. A epistemologia ocidental moderna tende a tirar do seu contexto histórico diferentes fenômenos sociais e universalizá-los a partir de um ideal de história europeia. Sendo natureza e cultura conceitos estruturantes da epistemologia ocidental, esse par é utilizado como um universal comum para diferentes culturas. Especificamente em relação à área dos estudos clássicos, esse par é igualado ao par physis e nomos e usado para argumentar a continuidade entre a epistemologia médica moderna e a epistemologia hipocrática. Porém, ao analisar nomos e physis dentro do seu contexto, é possível perceber que não há uma equivalência entre natureza e cultura, isto porque as metáforas usadas para descrever natureza e cultura são metáforas de colonização nas quais a relação entre ambas é totalizante, isto é, cultura e natureza são opostos excludentes e a cultura só se relaciona com a natureza ao colonizá-la. Por outro lado, a metáfora de descrição de physis e nomos demonstra uma relação não totalizante na qual physis interage com nomos e vice e versa em uma relação de interdependência. O uso da metáfora é especialmente relevante para a dissertação porque as metáforas epistemológicas nos permitem enxergar a cosmopercepção de uma sociedade, uma vez que é através da metáfora que entendemos as partes intangíveis da cultura. O capítulo dois se ocupa de explorar os graus de diferença entre o corpo feminino e masculino na cosmopercepção hipocrática. O par feminino-masculino, dentro da epistemologia moderna, também entra na mesma dinâmica descritiva de colonização e totalização que natureza-cultura, uma vez que o feminino, nessa perspectiva, é visto como mais próximo da natureza e primitivo, enquanto o masculino é identificado com a cultura e a racionalidade. Dessa forma, se nomos e physis não são equivalentes a natureza-cultura, a percepção do corpo na cosmopercepção hipocrática também é diferente da moderna. A análise feita no capítulo dois de alguns textos do corpus hipocrático mostra que a distinção dos corpos é entendida em um continuum e não de forma excludente. O terceiro capítulo, por sua vez, faz uma análise das metáforas empregadas nas descrições das relações utilizadas entre masculino e feminino pelo autor. O argumento principal é que, no tratado, a relação de poder entre masculino e feminino não são forças absolutas nas quais uma domina a outra totalmente, mas existe flexibilidade na relação e certos graus de interação entre um e outro. Por fim, a tradução do tratado busca refletir essas nuances ao se afastar do linguajar médico moderno e enfatizando as especificidades de diferenciação entre masculino e feminino descritas no texto.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1357127 - AGATHA PITOMBO BACELAR
Interno - 1535405 - GABRIELE CORNELLI
Externa à Instituição - TATIANA OLIVEIRA RIBEIRO - UFRJ
Notícia cadastrada em: 08/05/2024 11:45
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