RESILIÊNCIA - Segurança para encontrar novos caminhos.
Resiliência, Mobilidade Urbana e Sistema Viário
Não existe um consenso que o termo resiliência tenha a mesma origem. No Brasil acreditase que a palavra se originou das ciências exatas. O vocábulo resiliência tem ascendência na palavra latina resílio, resilire, que significa "recuar". O termo é muito utilizado nas ciências humanas e na psicologia. Nas publicações de psicologia é que a referência à resiliência passou a ser utilizada. O conceito foi desenvolvido e introduzido em pesquisas científicas ecológicas por Holling, na década de 1970, associado aos ecossistemas. Holling apresentou o termo como uma medida de habilidade dos sistemas de absorver mudanças e perturbações sem perder os laços entre seus elementos constituintes. Depois de amplamente utilizado nas áreas de psicologia e ecologia, passou a ser empregado em matérias relativa a desastres e gestão organizacional das cidades. No entanto esse conceito foi ampliado e hoje, quando se fala em resiliência urbana, ou resiliência na mobilidade urbana, o conceito pode ser definido como a capacidade de um sistema de manter a sua funcionalidade sob interrupções, tempo e recursos necessários para restaurar o nível de desempenho após interrupções. Os pesquisadores tem uma aquiescência que a cidade, por ser uma entidade dinâmica, não é considerada apenas um sistema ecológico, mas um sistema social, portanto um sistema dinâmico e socioecológico, pois ela passa por processos constante de mudança e adaptação. Para que uma cidade possa manter sua dinâmica, seu sistema de mobilidade tem de estar funcionando de forma muito equilibrada. Vários são os sistemas que compõem a mobilidade urbana, dentre eles destaca-se o sistema viário, que, de forma simples, é o conjunto de ruas e avenidas de uma cidade. O sistema viário é um dos mais importantes e necessários elementos que integram o espaço urbano. Estudar e avaliar o sistema viário de uma cidade a partir do conceito de resiliência é entender como, mesmo quando parte do viário principal está interrompido, a cidade consegue manter a sua circulação por meio de outras vias, mesmo que elas não apresentem as mesmas características, mas a cidade consiga manter seu funcionamento. Esta tese tem o precípuo fim de compor um arcabouço teórico sobre resiliência, mobilidade urbana e sistema viário, e apoiada em ferramentas de análise espacial, propiciar procedimentos de maneira metodológica que, em qualquer interrupção no viário de uma cidade, os procedimentos aqui descritos possam servir de auxílio na realização de intervenções e desvios no viário que poderão manter os deslocamentos de forma resiliente sem grandes prejuízos ao funcionamento da cidade. Avaliar a resiliência no sistema viário é um instrumento de suporte ao planejamento que permite que a cidade continue funcionando mesmo quando parte de seu sistema viário principal está interrompido.