A tese examina o processo de reorientação da política externa do Brasil no início do período republicano (1889-1906), em meio ao crescente expansionismo norte-americano em claro desafio à hegemonia britânica—cenário instável que exemplifica a "Armadilha de Tucídides" de Graham Allison. Apesar da contínua dependência de financiamentos e de investimentos britânicos, o novo regime brasileiro adotou os Estados Unidos como modelo ideológico. No entanto, as relações bilaterais com a potência em ascensão oscilaram entre convergência e desconfiança. A inflexão foi consolidada durante a gestão do Barão do Rio Branco como chanceler. Diferentemente do perfil idealista e improvisado da política externa do início do governo republicano, a aproximação com os Estados Unidos não era incondicional e foi possibilitada por acúmulo de condições circunstanciais, estruturais e geopolíticas. Tratava-se da opção viável e eficaz disponível para mitigar riscos e fortalecer a defesa e a projeção nacional.