UNIÕES MATRIMONIAIS E ESTRATÉGIAS TESTAMENTÁRIAS NO OESTE PAULISTA: um estudo sobre os planos de sucessão da elite agrária de Itu (São Paulo, 1775-1825)
Capitania de São Paulo, senhores de engenho, família, casamentos, transmissão de propriedade
O final do século XVIII foi marcado por uma profunda transformação econômica para os mais abastados fazendeiros do Oeste paulista, Capitania de São Paulo: enquanto antes haviam conquistado sua importância para o abastecimento interno da colônia, agora, impulsionados por novas medidas governamentais e por uma conjuntura internacional favorável, enfim se tornavam parte da lucrativa agricultora exportadora de açúcar. Muito embora tais famílias rapidamente tenham acumulado um cabedal suficiente para sustentar os seus engenhos e adquirir milhares de escravizados, o elevado número de herdeiros concebidos poderia resultar, seguindo as regras legais de transmissão de herança, no fracionamento de suas terras, com impacto direto no status social recém-atingido. Nesse contexto, este trabalho se dispõe a analisar, a partir do estudo de listas nominativas, registros de casamento, inventários postmortem e genealogias, convenientes enlaces matrimoniais e estratégicas decisões testamentárias realizadas por destacadas linhagens da vila de Itu, tendo como principal objetivo a preservação do seu patrimônio familiar.