Vozes Dedilhadas: Histórias e Trajetórias de vida e docência universitária de mulheres violonistas brasileiras (1976-2023)
mulheres-violonistas; universidade; história oral
A tese teve como objetivo investigar por meio de narrativas provenientes de entrevistas de história oral, as trajetórias de formação e profissionalização de quatro docentes violonistas em cursos de música em universidades federais brasileiras, entre 1976 e 2023. Problematizando a história de ocupação de espaços por mulheres na música em universidades federais, na segunda metade do século XX e início do século XXI, a presente pesquisa aborda as histórias que essas profissionais, atualmente aposentadas, trazem de si. Embora o projeto inicial tenha direcionado o olhar para uma trajetória de vida e docência universitária sob uma abordagem com foco nas discussões sobre gênero, essa problematização se ampliou para reflexões por meio dos estudos culturais e da historiografia feminista. A partir do conceito de cultura como algo comum, ou seja, como um modo de vida na perspectiva de Raymond Williams (2011, 2015), a compreensão da música como o espaço de afirmação das mulheres, violonistas e docentes universitárias, participantes da pesquisa, se consolidou e permitiu análises mais aprofundadas sobre processos de democratização do ensino e formação no campo da música, especificamente do violão. Considera-se assim, que mais do que aprender um oficio, o acesso à música constitui uma prática social representada nas trajetórias de vida e docência universitária das quatro violonistas. Essas reflexões, a partir da historiografia feminista, refletem a importância política da escrita da(s) história(s) das mulheres por Joan Scott (1990); Michelle Perrot (1995); Maria Izilda Matos (2013); Rachel Soihet (1997), a partir de fontes informadas por elas mesmas. Conhecer as histórias que quatro mulheres, violonistas, docentes universitárias trazem de si, representa um conhecimento novo e a ocupação de um espaço antes silenciado. As trajetórias das violonistas brasileiras, embora apresentem sentidos comuns, trazem aspectos singulares que tornam cada narrativa única. A presente pesquisa tem como alicerce, além das fontes orais, o acervo pessoal das violonistas como fontes impressas, reportagens de jornais e revistas, fontes imagéticas – fotografias pessoais, produções artísticas como gravações em áudio, CDs disponibilizados pelas próprias participantes