NÃO SÓ DE PÃO VIVE O HOMEM: RELAÇÕES BRASIL-SANTA SÉ ENTRE 1875 E 1905
Relações Brasil-Santa Sé; política externa brasileira; Igreja e Estado no Brasil; Santa Sé; diplomacia brasileira.
Esta tese examina os objetivos do Brasil em suas relações com a Santa Sé entre a anistia aos bispos na Questão Religiosa em 1875 e a elevação de D. Arcoverde ao cardinalato em 1905. Para tanto, foram analisadas as fontes diplomáticas do período constantes no Arquivo Histórico do Itamaraty, fontes legislativas, discussões parlamentares e periódicos relevantes do Rio de Janeiro. A conclusão alcançada foi a de que o objetivo brasileiro com essas relações bilaterais vinculava-se diretamente à estabilidade da política interna e à legitimação do regime em vigor. Tanto a Monarquia quanto a República, a primeira contestada em seus anos finais, e a segunda, em seus anos iniciais, buscaram o apoio da Sé Apostólica para obter o suporte da hierarquia nacional e a obediência dos cidadãos. Para a Coroa bragantina, o movimento foi tímido e tardio, de modo que não foi capaz de reverter a deterioração da legitimidade dinástica. Para os republicanos, a aproximação com a Sé Petrina extinguiu os focos restauracionistas do clero ultramontano e, ao fim do período em estudo, incrementou o prestígio nacional com a elevação do primeiro cardeal sul-americano e brasileiro, Joaquim Arcoverde.