Banca de QUALIFICAÇÃO: Layra de Sousa Cruz Sarmento
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Layra de Sousa Cruz Sarmento
DATA : 25/09/2024
HORA: 16:00
LOCAL: Módulo 24 PPGHIS
TÍTULO:
“BANDIDO NÃO! EU TOMO PELAS ARMAS!” Estudo sobre o Cangaço, Sertão e Banditismo Nordestino (1890-1940)
PALAVRAS-CHAVES:
Cangaço; Sertão edge of the world; Cordel Literature; Social Banditry; newspapers; silencing.
PÁGINAS: 200
RESUMO:
Esta tese apresenta uma análise sobre o fenômeno do Cangaço que surgiu no Sertão Nordestino brasileiro, enquanto um movimento de contestação às estruturas do Estado e da sociedade vigentes em fins do século XIX e início do século XX. O Cangaço, longe de ser considerado um movimento exclusivamente criminoso, possuía motivações políticas e sociais para suas ações. O Cangaço sob essa perspectiva, foi analisado por meio de alguns aspectos elementares da constituição da cultura nordestina. A ideia de Sertão como beira mundo, possibilita a compreensão de um imaginário criativo, inventivo e de resistência que permite, a desconstrução das interpretações de exclusiva precariedade sertaneja. A Literatura de Cordel desempenha um papel fundamental na propagação de narrativas sobre o Cangaço, que vão na contração do discurso que criminaliza o fenômeno cangaceiro. Os periódicos também desempenham uma função crucial, na disseminação de narrativas que responsabilizam o Cangaço como principal agente das mazelas sociais do Sertão. A análise desses diferentes discursos, pelo viés do silenciamento, possibilitou o entendimento da desresponsabilização do Estado pelas situações de miserabilidade sertaneja e como o aparelhamento das instituições Estatais se tornou responsável, pela descrença dos sertanejos das ações governamentais. À medida que a inação do governo afastava o povo, este, se aproximava dos cangaceiros pois, naquele contexto, o Cangaço simbolizava a contestação política e uma forma de justiça paralela que conseguia fazer reparações. Mediante a análise desses discursos, é agregado mais uma camada de sentido ao conceito de Banditismo Social, pelo fato de ter que se levar em consideração que, o estabelecimento de alianças entre grupos dominadores e cangaceiros, não era uma ação unilateral por parte dos cangaceiros, o Estado possuía interesses políticos nessa relação. Acessar outros regimes de verdade sobre o fenômeno do Cangaço, se tornou profícuo sobretudo por ter privilegiado a perspectiva do povo.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2191429 - ANDRE CABRAL HONOR
Externo à Instituição - Berttoni Claúdio Licarião - OUTROS
Presidente - 1891798 - ELOISA PEREIRA BARROSO
Externa à Instituição - Maria Helenice Barroso - IFB