O Congresso e o Átomo: Debates Sobre a Questão Nuclear nos Estados Unidos – 1945-1950
Energia Atômica; Guerra Fria; Comitê Conjunto sobre Energia Atômica; Comissão de Energia Atômica; Segurança Nacional; Hegemonia.
A presente tese tem como objetivo analisar a participação do Congresso na construção institucional dos Estados Unidos no contexto da regulamentação da energia atômica durante os primeiros anos da Guerra Fria. Os EUA, emergindo como maior potência hegemônica após a Segunda Guerra Mundial, passaram a exercer o papel de liderança global. Com isso, passaram por transformações e mudanças de paradigmas tanto na política externa como na interna. O empreendimento do átomo foi um dos mais relevantes para a determinação da nova ordem mundial. Assim, após a explosão das bombas nucleares no Japão em agosto de 1945, foi feito um esforço nacional para a regulamentação da nova tecnologia. Os Estados Unidos passaram então por desafios para conciliar a mobilização para a segurança nacional e a garantia dos valores tradicionais americanos. Assim, o trabalho investigou a participação do Parlamento nas definições de políticas atômicas no período de 1945 a 1950, passando pela aprovação da Lei de Energia Atômica de 1946 e a transferência de autoridade das forças armadas para uma agência civil. Foi abordada o relacionamento entre os dois órgãos criados pela legislação, a Comissão de Energia Atômica (AEC), ligada ao Executivo, e o Comitê Conjunto sobre Energia Atômica (JCAE), do Legislativo. Discorreu-se sobre a relação entre os poderes, os conflitos relacionados a sigilo e segurança, as dinâmicas partidárias no período e o estabelecimento de um aparato institucional dedicado ao controle do uso e desenvolvimento da energia atômica.