RECONFIGURAÇÃO TECTÔNICA NA AMAZÔNIA CENTRAL A PARTIR DE DADOS DE U-PB E SM-ND EM ROCHAS DAS FORMAÇÕES NOVO REMANSO E ALTER DO CHÃO.
Proveniência; Bacia do Amazonas; Formação Alter do Chão; Formação Novo Remanso.
O intervalo entre o Cretáceo e o Neógeno da Bacia do Amazonas guardam questões chaves para o entendimento da paleogeográfia dos depósitos sedimentares da Amazônia Oriental. Embora haja um consenso geral sobre o paleoambiente desses depósitos continentais, ainda não existe um modelo deposicional consistente que integre eventos tectônicos e deposicionais durante o Cretáceo Superior e sua transição para o Mioceno Médio, as datações de zircões detríticos são limitadas e não há dados de Sm-Nd em rocha total. Os estudos existentes são isolados e não apresentam uma integração robusta em escala regional. Para melhor entendimento desse intervalo e gerar um modelo deposicional paleogegráfico integrado, apresentamos dados litofáciológicos atualizados, dados de U-PB em zircões detríticos e as primeiras análises de Sm/Nd em sedimentos finos da Bacia do Amazonas. Os dados obtidos para o Cretáceo Superior da Bacia do Amazonas, remontam a um grande sistema fluvial transcontinental, de anastomosado a meandrante, fluindo para oeste, conforme se distanciava do Arco de Gurupá, abastecido ainda por fontes do Cráton Amazonas, principalmente pelas províncias orientais (Amazônia Central, Maroni-Itacaiunas, Ventuari-Tapajós e Rio Negro Juruena) de acordo com os valores de εNd negativos e dados de U-Pb apontando para fontes Paleo e mesoproterozoicos. Para o Mioceno Médio, o sistema fluvial meandrante, passaria a fluir para leste. Entretanto, os dados εNd (-13) e U-PB em zircões detríticos paleozóicos nessa unidade, permitem o levantamento de duas hipóteses para a paleogeografia desse intervalo. A primeira, é atribuída com a correlação de zircões paleozóicos de origem andina, no abastecimento sedimentar na Bacia do Amazonas, sugerindo que o Arco de Purus não barrasse totalmente os sedimentos, tão pouco, teriam percorrido toda extensão da Bacia do Amazonas e chegado na Foz do Amazonas. A segunda hipótese, explica que esses mesmos zircões detríticos encontrados com idades paleozóicas, poderiam ser atribuídos a fases de reciclagem de unidades paleozóicas da Bacia do Amazonas, na região do Arco de Purus por meio da incisão fluvial que atuasse na remobilização e redistribuição desses sedimentos.