Banca de DEFESA: Lucas Santos Batista Teles

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Lucas Santos Batista Teles
DATA : 10/11/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de videoconferência e Teams
TÍTULO:

Depósitos de Agrominerais da Faixa de Dobramentos Brasília: Geologia, Caracterização e Potencial


PALAVRAS-CHAVES:
Agrominerais, Faixa de Dobramentos Brasília, Depósitos,Sedimentares.

PÁGINAS: 108
RESUMO:

O agronegócio é um dos principais componentes do Produto Interno Bruto brasileiro, sendo inclusive reconhecido internacionalmente por sua força e expectativa de desenvolvimento crescente. No entanto, a dependência externa de insumos, em especial dos elementos fósforo (P) e potássio (K) para a fabricação de fertilizantes, representa uma fragilidade que impõe a atual necessidade de evolução da pesquisa e exploração do setor de agrominerais. Atualmente, a produção nacional de fosfato é basicamente oriunda de complexos alcalinos carbonatíticos e o real potencial dos depósitos sedimentares permanece incerto, o que contraria a tendência mundial. Para o potássio, o cenário ainda é mais crítico, tendo em vista que todas as bacias do hemisfério sul são naturalmente empobrecidas no elemento devido a sua evolução geológica. Dentro dessa questão, surge o interesse nas rochas dos grupos Vazante e Bambuí, inseridos na Porção Externa da Faixa de Dobramentos Brasília e que hospedam depósitos conhecidos de P e K. Por mais que esses depósitos já tenham sido aborados na literatura, o número de trabalhos focados na caracterização geológica dessas áreas é bastante reduzido e carente de novos dados e modelos que fomentem a discussão e consequente evolução do conhecimento acerca dos depósitos sedimentares de agrominerais. Com o principal objetivo de preencher essa lacuna, a presente tese de doutorado propõe uma descrição detalhada das rochas, associações faciológicas, ambientes deposicionais e modelos genéticos dos depósitos sedimentares fosfáticos do Tipo Coromandel-MG, Tipo Campos Belos-GO e finalmente, para o depósito potássico de Cedro do Abaeté-MG. O depósito Tipo Coromandel-MG ocorre inserido na Formação Retiro, base do Grupo Vazante e apresenta uma intrínseca relação entre uma Unidade Rudácea, composta por diamictitos polimíticos, arenitos conglomeráticos e arcóseos finos e a Unidade Fosfatada. As fácies fosfatadas compreendem Fosforitos Laminados, Fosforitos Brechados e Siltitos Fosfatadas que apresentam teores de P2O5 variando de 2% a 34%. Devido as correlações de campo e evolução da bacia Vazante, essas rochas foram interpretadas como a materialização da sedimentação ocorrida em ambiente glaciomarinho, onde as condições físico-químicas favoráveis, a precipitação fosfática, foram diretamente controladas por geleiras terminais, em um mecanismo classificado como depósitos de fosforitos de capa (“cap phosphorites”) em analogia e semelhança com os dolomitos glaciais já amplamente abordados. De forma semelhante, o depósito do Tipo Campos Belos-GO, enquadrado no contexto da Formação Sete Lagoas, base do Grupo Bambuí, também apresenta uma relação inerente entre a Unidade Fosfatada e os diamictitos da Formação Jequitaí. Tal unidade é subdividida nas fácies Fosforito Estratificado/Laminado, Fosforito Brechado, Fosforito Pedogenético e Siltito Fosfatado, nas quais os valores de P2O5 variam entre 4% e até mais de 30%. Por mais que os modelos genéticos entre os depósitos do Tipo Coromandel e Campos Belos possuam suas similaridades, alguns outros fatores genéticos cruciais não permitem o mesmo enquadramento. A ação do paleo relevo, incluindo paleo canais encaixados nas rochas graníticas da Suíte Aurumina ou arcóseos do topo do Grupo Araí são controles fundamentais nos depósitos e que, conjuntamente com assembléia mineral mais simples, fácies de minério e interpretações ambientais distinguem os dois modelos. O depósito potássico de Cedro do Abaeté está inserido na Formação Serra da Saudade, topo do Grupo Bambuí. O depósito é composto por pelitos exóticos de coloração esverdeada denominados de verdetes e possui relatos de teores de P2O5, em média de 8%, porém com locais pontuais com até 34%, entretanto, a importância econômica do depósito se dá pela presença de teores de 7% a 14% de K2O espacializados em um massivo volume de verdetes. A partir dos dados de magnetometria, gamaespectrometria, geoquímica e mineralogia é possível relacionar a gênese dos verdetes a intrusões alcalinas profundas do Grupo Mata da Corda e interpretar a mineralização como resultado de metassomatismo potássico dos sedimentos pelíticos primários, em razão da circulação dos fluídos oriundos dessas intrusões. Finalmente, os novos dados adicionados com as novas interpretações genéticas e seus respectivos vetores exploratórios são poderosas ferramentas para a ampliação, tanto do conhecimento, como também no âmbito de exploração e suprimento do mercado nacional de agrominerais.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DANIEL BEZERRA DAS CHAGAS - UFG
Externo à Instituição - FARID CHEMALE JUNIOR - UNISINOS
Externo ao Programa - 1170677 - JOSE ELOI GUIMARAES CAMPOS - nullExterno ao Programa - 3340609 - MARCIO VINICIUS SANTANA DANTAS - nullInterno - 2339865 - MARTINO GIORGIONI
Notícia cadastrada em: 20/10/2023 16:06
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