Análise da microestrutura óssea dos osteodermos de Crocodylomorpha do Grupo Bauru
Cretáceo, Notosuchia, histologia, Grupo Bauru, Formação Adamantina.
Os crocodilomorfos viventes fazem parte do grupo monofilético Crocodylia, que atualmente inclui mais de 20 espécies distribuídas nas regiões intertropicais ao redor do mundo. Além das espécies viventes, como crocodilos, jacarés e gaviais, os Crocodylomorpha também abrangem várias linhagens extintas. No Brasil, os depósitos sedimentares continentais pós-paleozoicos são notáveis pela abundância de fósseis de Crocodylomorpha. Uma característica comum a todos os crocodilomorfos, sejam eles vivos ou extintos, é a presença do esqueleto dérmico. Esse revestimento é composto por ossos conhecidos como osteodermos ou placas dérmicas, que são interligados por tecidos fibrosos. Essas placas desempenham papéis essenciais na proteção, flexibilidade, absorção de energia e armazenamento mineral, variando em tamanho, forma, ornamentação e funções de acordo com a espécie. Este estudo tem como objetivo a análise das placas dérmicas de espécies fósseis pertencentes aos táxons Baurusuchidae, Peirosauridae, Sphagesauridae e Mariliasuchus, presentes na coleção FUP da Faculdade UnB Planaltina. Foram confeccionadas seções delgadas para a análise histológica dos espécimes a fim de comparar suas diferenças e semelhanças morfológicas com outras linhagens viventes e extintas. No decorrer da pesquisa, foram examinados osteodermos de um indivíduo de Baurusuchidae (nas regiões cervical, dorsal anterior e dorsal posterior) e lâminas de Sphagesauridae, tanto da fileira parasagital quanto do escudo ventral. Também foram analisados osteodermos de Baurusuchidae juvenil. Para efeitos de comparação, lâminas de Candidodontidae e Caimaninae (associados a Purussaurus) foram seccionadas. Embora as placas dérmicas analisadas provenham de crocodilomorfos de diferentes (Peirosauridae, Baurusuchidae, Sphagesauridae e Mariliasuchus), estas apresentam morfologias externas distintas em nível macroscópico. No entanto, a análise histológica revelou notáveis semelhanças, especialmente em relação à estrutura do tecido ósseo. O tecido apresenta fibras dispostas em uma matriz de fibras paralelas e entrelaçada, ósteons secundários muito maiores que os primários, indicando processos de reabsorção óssea, e a presença de linhas de crescimento em algumas das lâminas histológicas analisadas.