Banca de DEFESA: Moria Caroline de Araujo

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Moria Caroline de Araujo
DATA : 31/03/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de videoconferência do IG e plataforma Teams
TÍTULO:

Footprint geofísico e petrofísico do Depósito Salobo, Província Mineral de Carajás


PALAVRAS-CHAVES:

IOCG, Salobo, Provincia Mineral de Carajás, Footprint Geofísico e Footprint Petrofísico


PÁGINAS: 138
RESUMO:

Os depósitos de óxido de ferro-cobre-ouro (IOCG) representam um conjunto de mineralizações com características distintas, refletindo a diversidade das rochas hospedeiras e dando origem a assinaturas petrofísicas complexas e geofísicas variadas. Embora muitos desses depósitos tenham sido descobertos inicialmente por meio de modelos exploratórios relativamente simples, a prospecção futura exigirá abordagens mais avançadas e robustas. Na Província Mineral de Carajás, a complexidade dos depósitos IOCG impõe um desafio adicional ao desenvolvimento de um modelo geofísico eficaz. Diante desse cenário, esta tese foca na caracterização do footprint geofísico e petrofísico do depósito IOCG Salobo, com ênfase em suas porções mais profundas, por meio da integração de dados geofísicos multifonte e multiescala com as propriedades físicas das rochas.

Para a caracterização do footprint geofísico foram identificadas assinaturas e anomalias distintas associadas ao ambiente mineralizado do depósito Salobo. Foram utilizados diversos conjuntos de dados geocientíficos, incluindo: (a) dados aeromagnéticos e radiométricos com espaçamento entre linhas de voo de 500 metros para definir a assinatura regional do depósito; (b)dados aerogeofísicos de alta resolução, como gravimetria gradiométrica, eletromagnético (EM), magnético e radiométrico, para o mapeamento em escala de distrito; e (c)dados geofísicos terrestres, incluindo magnetometria, espectrometria gama, EM no domínio do tempo com fixed-loop (TDEM) e polarização induzida (IP), para o estudo em escala de depósito. O depósito Salobo apresenta contraste nos dados magnetométricos, gravimétricos gradiométricos, TDEM e IP. Em escalas regional e de distrito, a mineralização está associada a fortes anomalias magnéticas e gravimétricas, devido à alta suscetibilidade magnética da magnetita associada ao metasomatismo de ferro disseminado no granito que hospeda a mineralização, incluindo zonas de alteração hidrotermal ricas em magnetita. Modelos de TDEM aéreo e terrestre mapearam zonas de alta concentração de calcocita-bornita. Além disso, anomalias proeminentes de urânio e U/Th foram observadas nos dados gamaspectrométricos de alta resolução. Levantamentos de IP indicam que a resistividade é mais eficaz para mapear o depósito do que a cargabilidade. Os modelos de cargabilidade mostram uma anomalia muito mais ampla, possivelmente influenciada por eventos tardios de alteração estéril associados ao evento de 1,88 Ga.

A assinatura petrofísica do depósito Salobo indica correlações entre as rochas hospedeiras, a alteração hidrotermal e a mineralização. A análise das propriedades físicas, como densidade, suscetibilidade magnética, resistividade e cargabilidade, e permite diferenciar zonas distintas alteradas hidrotermalmente. As rochas hospedeiras apresentam baixa densidade, alta resistividade e pouca variação nas demais propriedades. Em contraste, as zonas alteradas exibem mudanças significativas, com aumento de densidade, suscetibilidade magnética e cargabilidade, indicando um contraste dentro do ambiente mineralizado. As zonas enriquecidas em ferro e potassificadas apresentam alta densidade e alta suscetibilidade magnética devido à abundância de magnetita e sulfetos. O contraste de resistividade nessas áreas sugere a presença de minerais condutores, como bornita, calcocita e calcopirita. A cargabilidade também aumenta, refletindo os sulfetos disseminados e magnetita. No entanto, as anomalias magnéticas e de cargabilidade podem gerar falsos positivos, pois a magnetita também ocorre em zonas distais e estéreis. A resistividade se destaca como um vetor chave para mapear a mineralização e para a definição de alvos exploratórios. A análise detalhada das assinaturas petrofísicas permite diferenciar a zonação do envelope de alteração e permitiu delinear as porções distais, proximais e a zona mineralizada.

A integração de dados geofísicos, petrofísicos e de mapeamento mineral aprimora a interpretação e pode ser aplicada tanto em escala regional quanto de depósito para identificar padrões estruturais e zonas de alteração hidrotermal, essenciais para o mapeamento de sistemas minerais do tipo IOCG no Cinturão Norte do Cobre. Este estudo propõe vetores exploratórios resumidos em dois guias. O primeiro destaca os principais vetores geofísicos, enquanto o segundo aborda os vetores petrofísicos. Esse resultado pode contribuir para aprimorar estratégias de exploração e reduzir riscos em contextos geológicos semelhantes.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3167909 - ADALENE MOREIRA SILVA
Externo à Instituição - DIONISIO UENDRO CARLOS - UNESP
Externo ao Programa - 1280004 - MARCELO HENRIQUE LEAO SANTOS - nullExterno à Instituição - MARCO ANTONIO COUTO JUNIOR - UBC
Externo ao Programa - 1685116 - WELITOM RODRIGUES BORGES - null
Notícia cadastrada em: 19/03/2025 14:58
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