Entre traumas e resistências: encruzilhadas da informação etnicorracial e ciberativismo na Rede Afro-Digital de museus
Rede; Informação etnicorracial; Ciberativismo; Museus afro-digitais; Decolonialidade.
A pesquisa compreende as intersecções entre informação étnico-racial e ciberativismo tendo como estudo de caso a Rede Afro-digital de museus do Brasil composta pelo Museu da Memória Africana e Afro-Brasileira, Museu Afro Digital Maranhão, Museu Afro Digital Galeria Mato Grosso, Museu Afro Digital de Pernambuco e Museu Afro Digital Galeria do Rio de Janeiro, com a hipótese de que esse modelo infocomunicacional protagoniza uma luta antirracista. Faz uma breve análise sobre os caminhos do Processo Infocomunicacional afro-brasileiro, com uma abordagem teórica e metodológica sobre as intersecções existentes entre Ciência da Informação (CI), a colonialidade e a decolonialidade, e como se encruzam a informação étnico-racial, conceito que pode unir termos como informação, raça e etnia, na tentativa de resolver as problemáticas relacionadas à sub-representação ou apagamento destas memórias africanas e afro-brasileiras. Assim, investiga como os dispositivos tecnológicos e o espaço digital são apropriados para a produção, uso e difusão do conhecimento sobre o patrimônio cultural afro-brasileiro no Brasil, e sua relação com o racismo, a branquitude e a Ciência da Informação. Como recurso metodológico, é construído a partir de pesquisa qualitativa, com foco em pesquisa bibliográfica e análise documental. E compreende que a Rede Afro-digital de museus, com base na valorização do patrimônio cultural africano e afro-brasileiro, desenvolve um processo de gestão e organização da informação e conhecimento, a partir de uma encruzilhada digital que alia pesquisas científicas as vozes das comunidades tradicionais e periféricas. Produto de ações e políticas patrimoniais e museais, que foram relevantes no âmbito nacional e internacional, é um espaço de combate ao racismo algorítmico e reivindicação pela justiça social. Um projeto que é ao mesmo tempo uma ação decolonial e experiência de ciberativismo que contribui para outras formas de pensamento infocomunicacional e práticas museológicas.