Banca de DEFESA: LUCAS DOS SANTOS DE PAULO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUCAS DOS SANTOS DE PAULO
DATA : 22/05/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Banca híbrida: Via Skype e presencialmente na sala 213 FCI
TÍTULO:

O Acervo da vergonha: atos e intencionalidades na Fundação Cultural Palmares


PALAVRAS-CHAVES:

Livro. Intencionalidade. Teoria Ator-Rede. Fundação Cultural Palmares. Acervo da vergonha.


PÁGINAS: 180
RESUMO:

A gestão de Sérgio Camargo na Fundação Cultural Palmares é marcada por falas e atitudes polêmicas, e ataques aos movimentos negros. Dentre as suas ações, a criação do “Acervo da vergonha”, com livros denominados “marxistas”, em 2021, fragilizou a instituição e a sua biblioteca. O espaço provocou reações adversas e, nesse sentido, questiona-se: quais foram as imbricações políticas/sociais para tal iniciativa e quais foram os posicionamentos e movimentações de instituições correlatas ao acontecimento, como o Conselho Regional de Biblioteconomia da 6ª Região (CRB-6), o Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), a Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB), os movimentos negros, a mídia e atores específicos presentes na criação deste espaço. Parte-se da hipótese de que a criação do espaço “Acervo da vergonha” evidencia que o livro é uma representação simbólica do que se pode, do que se quer, do que não se quer e do que não se pode representar ou defender. Em outras palavras, a este objeto são atribuídas intencionalidades que corroboram, desviam ou controversiam a função ou a intencionalidade inicial. Tanto o livro (unidade) como a coleção (conjunto) são traduções da hibridez presente na dimensão política da instituição. O objetivo da pesquisa é investigar o(s) curso(s) de ação da composição do espaço “Acervo da vergonha”, seus desvios, controvérsias e traduções que expressam a intencionalidade atribuída ao livro como objeto de ações políticas, tendo no horizonte pressupostos que favorecem o estudo das relações do livro, da coleção e de outros atores não-humanos com os atores humanos – numa palavra, com híbridos – no contexto da Fundação Cultural Palmares. A pesquisa se justifica pela natureza da Fundação Cultural Palmares e do seu instrumento de preservação e disseminação de saberes das comunidades negras e afro-brasileiras, a Biblioteca Oliveira Silveira, que contribui com o combate ao racismo. A metodologia é qualitativa e exploratória, e conta com (i) levantamento bibliográfico, para a construção da (ii) revisão de literatura, (iii) pesquisa documental e (iv) entrevistas semiestruturadas com os funcionários da Fundação, integrantes dos movimentos e/ou coletivos negros, para o mapeamento da rede de associações do espaço “Acervo da vergonha” e elaboração de (v) diário de bordo, com apoio do recurso heurístico da (vi) Teoria Ator-Rede. Como resultados, identificou-se que a elaboração do “Acervo da vergonha” representa uma forma de dominação e regulação ideológica do material bibliográfico da Fundação, e se configura como um ataque e desrespeito à história da instituição. Por fim, destaca-se que a Fundação não pode ficar à mercê dos embates políticos entre esquerda e direita, porque o seu papel na formação de políticas públicas antirracistas e na luta por igualdade racial ultrapassa essas posições políticas e, ainda, que as decisões tomadas em relação ao acervo da biblioteca da instituição precisam estar fundamentadas na Política de desenvolvimento de acervo.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLOS CÃNDIDO DE ALMEIDA - UNESP
Interno - 1051862 - CLOVIS CARVALHO BRITTO
Externo à Instituição - OSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JUNIOR - UNESP
Presidente - 1142997 - RODRIGO RABELLO DA SILVA
Notícia cadastrada em: 04/05/2024 12:40
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