Efeitos crônicos da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva nas respostas reflexas e onda V do músculo sóleo
Reflexo H; Inibição Pré-sináptica; Depressão Homossináptica; Eletromiografia
Uma maior flexibilidade pode estar associada a vários benefícios na qualidade de vida e na performance motora. Dentre as técnicas empregadas para o aumento da flexibilidade, tem-se as de alongamento estático, alongamento dinâmico, as de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), etc. Dentre estas técnicas, as de FNP têm se comprovado bastante efetivas. As razões da eficácia das técnicas FNP ainda permanecem controversas, e mecanismos anteriormente propostos têm sido questionados. Apesar dos métodos de FNP terem sido desenvolvidos levando em consideração a ativação das vias neurais de inibição da contração reflexa ao estiramento, a literatura carece de pesquisas que testem especificamente mecanismos de modulação da excitabilidade da via do reflexo de estiramento muscular (inibição pré-sináptica e depressão homossináptica) antes e após um treinamento com FNP. Sendo assim, o objetivo deste estudo é investigar os mecanismos neurofisiológicos responsáveis pelas alterações angulares causadas pela técnica de FNP de contrair-relaxar (CR). O estudo experimental foi descritivo, transversal, com 13 participantes jovens, ativos (de acordo com o Questionário Internacional de Atividade Física) e saudáveis, selecionados por conveniência. O treinamento foi composto por 16 treinos (4 vezes na semana durante 4 semanas). Cada treino iniciou com um alongamento passivo de 10 s seguido por uma contração voluntária de 6 s a 60% da contração voluntária máxima (CVM), seguido de um segundo alongamento passivo de 10 s. A amplitude de movimento articular apresentou diferenças significativas com o treinamento de FNP de CR. No entanto, as variáveis que apresentaram diferença estatisticamente significativa foram a Mmax, o torque relacionado a Mmax e o EMG durante a CVM. Sugere-se que os mecanismos envolvidos na melhora da amplitude articular são de caráter periférico, ou seja, não estão envolvidos com adaptações no sistema nervoso central.