Estéticas, poéticas e políticas em cena: por uma educação com o cinema negro feminino.
Palavras-chave: Mulheres diretoras; Viviane Ferreira; Protagonismo feminino; Cinema menor; Educação estética feminista.
Mobilizada pelo lugar de protagonismo feminino nas diferentes esferas sociais, esta dissertação é atravessada pelas temáticas referentes aos feminismos, cinema e educação. O objetivo é identificar singularidades feministas nos elementos da linguagem cinematográfica utilizados por Viviane Ferreira em seu filme Um dia com Jerusa (2020) e, para tanto, propõe-se a: a) Apresentar as estéticas, poéticas e políticas de resistência do cinema das/com mulheres; b) Cartografar a trajetória de Viviane Ferreira e as pistas de sua personalidade implicadas no seu fazer cinematográfico; c) Rastrear como as singularidades da cineasta são transcritas nas personagens mulheres em Um dia com Jerusa (2020) através da decupagem do filme; e d) Refletir sobre a potência do cinema para uma educação visual e estética feminista e antirracista.Devido ao contexto sociocultural em que estão inseridos, os cinemas das/com mulheres são inseparáveis das dimensões éticas, estéticas, poéticas e políticas. São potências minoritárias que se inserem no discurso dominante pelas frestas e brechas para produzir dissidências. O mapa cartográfico, a partir da Filosofia da Diferença, é tecido na busca por pegadas deixadas no filme e na fabulação para imaginar modos outros de interferir criticamente no mundo e nas imagens. Essas representações através do olhar da diretora refazem o feminino no cinema e subvertem as lógicas de um sistema hegemônico, padronizador e excludente operado por uma máquina de rostidades, que oprime e aniquila as multiplicidades de existências. Com isso, o Cinema Negro no Feminino se revela como uma micropolítica desviante e abre passagem para epistemologias plurais e emancipadoras.