PRÁTICAS SOCIOETNOCULTURAIS E O ENSINO DE MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DA ETNOMATEMÁTICA EM UMA ESCOLA QUILOMBOLA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS
Educação; Práticas socioetnoculturais; Educação Escolar Quilombola; Ensino de Matemática; Etnomatemática.
A Educação Escolar Quilombola é uma modalidade da Educação Básica que se encontra em construção. Os princípios dessa modalidade demandam o trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor respeitando os saberes e fazeres tradicionais deste grupo social, a identidade, a cultura, as tradições e as práticas socioetnoculturais. Assim sendo, ensinar Matemática partindo da realidade socioetnocultural, utilizando instrumentos da comunidade e incluindo os estudantes, que por muitas ocasiões, as suas experiências sociais ficaram a porta da escola, é a proposta que fundamenta está dissertação. Portanto, o objetivo desta pesquisa é identificar como uma escola quilombola pode se apropriar das práticas socioetnoculturais e utilizá-las na perspectiva da Etnomatemática no processo de ensino e aprendizagem de Matemática. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória, cujo a organização da dissertação baseou-se no multipaper, formato em que os Capítulos II, III e IV são organizados na estrutura de artigo (resumo, introdução, referencial, metodologia, considerações e referências). Os participantes desta investigação foram seis professores que ensinam Matemática e 32 estudantes dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. Os resultados apontaram que a Educação Escolar Quilombola figurou recentemente nas agendas governamentais brasileiras; existe uma discrepância entre o que está assegurado pela Lei e o praticado, além disso, constatamos que as pesquisas no campo da Etnomatemática e Educação Escolar Quilombola na Chapada dos Veadeiros são incipientes, tornando-se imprescindível maiores pesquisas acadêmicas neste campo educacional. Verificou-se também, que os professores têm consciência de ensinar Matemática partindo da realidade dos estudantes, no entanto, apresentam dificuldades metodológicas, conceituais e estruturais para ensinar Matemática mantendo a cultura quilombola bem como adaptar os livros didáticos ao processo de vida dos estudantes quilombolas. Concluímos que, após as atividades, a Etnomatemática mostra-se como uma prática viva nas comunidades quilombolas e contribui para estimular o ensino de Matemática em sala de aula em uma perspectiva socioetnocultural, entretanto, é preciso investir em mais experiências como essas para somar no campo do ensino nas comunidades quilombolas.