Impasses no aprender e ensinar Ciências Exatas: o saber e a profissão professor(a) entre o desejo e a renúncia – uma leitura pela PsicanáliseEducação
Desejo de saber; impasses no aprender e ensinar; formação de professores; ciências exatas; Psicanálise e educação.
Inscrita na interface Psicanálise e Educação, a tese buscou identificar e analisar os impasses que atravessam o aprender e ensinar (nas) Ciências Exatas, área do conhecimento marcada por “singulares complexidades” e inquietantes problemáticas desveladas pelos expressivos índices de reprovação, repetência e evasão escolar/acadêmica, apatias e mal-estares em relação à docência e aprendizagem, tanto no contexto das instituições de ensino públicas quanto privadas, da educação básica à superior. A pesquisa empírica, de abordagem qualitativa, teve como sujeitos participantes professores e alunos-já-professores vinculados aos cursos de licenciatura em Física, Matemática e Química da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Brasil. Para a construção de dados optou-se pelo dispositivo da escrita da Memória Educativa associado à entrevista clínica semidirigida. As narrativas dos professores e alunos-já-professores evidenciam uma intricada multiplicidade de entraves presentes nas tentativas de aprender e ensinar: impasses visíveis e invisíveis, internos e externos aos sujeitos e às instituições de ensino, e que se desvelam na e para além da sala de aula e dos processos formais de ensino-aprendizagem de uma disciplina específica, área do conhecimento ou curso. Compreendemos que questões curriculares, institucionais, epistemológicas, sociais e culturais, dentre outras, ou seja, não exclusivamente concernentes a um ou outro elemento da dupla professor(a) e aluno(a), podem emergir no percurso de aprender e de ser, torna r ou manter-se professor(a). Ademais, para além da dimensão manifesta (consciente), pensamos o aprender e ensinar envoltos pela presença de fenômenos vinculados ao registro do inconsciente, que transcende a dimensão individual, pois a sala de aula comporta, também, o inconsciente social, construído a partir das relações entre sujeito-cultura.