Subjetividade, comunidade e educação: caminhos alternativos na atenção à saúde mental de adolescentes
Adolescência; sofrimento; educação; subjetividade; comunidade
Este trabalho emerge de inquietações frente ao crescimento expressivo de quadros de sofrimento subjetivo de adolescentes no Brasil, bem como à tendência individualista, patologizante e medicalizante na atenção dada a este público. Considera-se, ainda, o caráter recente das políticas públicas dedicadas aos cuidados à saúde mental de adolescentes a partir do paradigma da Reforma Psiquiátrica brasileira, bem como as limitações e fragilidades que esta rede tem vivido atualmente. Nesse contexto, objetiva-se compreender a configuração subjetiva dos processos de sofrimento subjetivo de adolescentes que fazem parte das atividades de uma organização comunitária não governamental situada no Distrito Federal, de modo a construir caminhos educativos alternativos orientados ao desenvolvimento subjetivo. Será utilizada a Teoria da Subjetividade em uma perspectiva cultural-histórica, de autoria de González Rey, para fundamentar a explicação teórica desses processos. A partir das articulações entre subjetividade, saúde mental e comunidade, problematiza-se possibilidades de ações a nível comunitário, em espaços externos ao aparato público de saúde mental, como recursos possivelmente potentes ao favorecimento de desenvolvimento de adolescentes. Para tal, são construídas articulações com o aporte teórico da Psicologia Social Comunitária latinoamericana. Finalmente, a partir da Metodologia ConstrutivoInterpretativa, fundamentada na Epistemologia Qualitativa, será realizado um estudo de caso em profundidade de um adolescente entre 12 e 18 anos de idade, visando a construção de um modelo teórico que possibilite o cumprimento dos objetivos da pesquisa.