Existir, resistir e r-existir em retratos de mim: contribuições das artes cênicas no enfrentamento de violências LGBTQIAPN+fóbicas em ambientes escolares
Educação AntiLGBTQIAPN+fóbica; Saberes LGBTQIAPN+: R-existência LGBTQIAPN+; Artes cênicas; Ensino da Arte.
Esta tese reflete sobre o potencial pedagógico das artes cênicas no enfrentamento de violências de gênero e orientação sexual direcionadas à comunidade LGBTQIAPN+ em ambientes escolares. Parto do pressuposto de que as artes cênicas podem constituir territórios estéticos-político de existências, resistências e r-existências (PORTO-GONÇALVES, 2002; 2008) que visibilizam positivamente corpos, culturas e saberes transgressivos, difundindo uma educação antiLGBTQIAPN+fóbica que afeta e transforma espaços de escolarização que são hostis com essa comunidade. A pesquisa é autorreferenciada e tem como principal aporte empírico o recorte de experiência na docência, orientação e direção teatral de processos cênicos criativos conduzidos por mim com estudantes dos cursos de bacharelado e licenciatura da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (FADM), situada em Brasília (DF), no período de agosto de 2015 a julho de 2019. As análises focam, mais especificamente, o processo de montagem e apresentação do espetáculo teatral O causo de Maria e Etevaldo (Ricardo CRUCCIOLI, 2017). Além disso, como parte dos procedimentos metodológicos, para uma reflexão de como violências LGBTQIAPN+fóbicas podem ser identificadas e combatidas em ambientes escolares, foram aplicados questionários com professoras formadoras e professoras cursistas, responsáveis e participantes, respectivamente, de formações que tratam de diversidade de gênero e orientação sexual, ofertadas pela Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE/SEEDF). Em síntese, realizei nesse percurso metodológico, aqui nomeado Retratos de mim, análise triangular que agrega: a) a auto(hetero)etnografia da minha prática docente e de processos criativos em artes cênicas; b) as minhas memórias enquanto pessoa, artista e docente homossexual; c) as respostas em questionário de colegas de profissão na SEEDF. O aporte teórico que mobilizei envolve obras e pensadoras do campo da educação, dos estudos de gênero e dos estudos cuir/queer, em chave decolonial.