Representação Social da morte construídas por crianças do Ensino Fundamental I e suas implicações no ensino de ciências
Representações Sociais. Morte. Ensino de Ciências. Desenho Infantil.
Homem pode ser definido como o único animal que conhece, teme e pratica rituais diante da morte, produzindo, a partir desse fenômeno, uma cultura; diferente dos outros animais que agem instintivamente diante do risco eminente. Não é raro ver a morte como atração principal em jornais sensacionalistas e ao mesmo tempo presenciar a ocultação da morte, principalmente às crianças. Essas são poupadas ou recebem explicações metafóricas, como “ir para o céu” ou “virar estrelinha”. No entanto, se analisarmos bem, a morte pode estar presente em todas as salas de aula, o tema poderia ser tratado em praticamente todas as disciplinas escolares, por exemplo, há envolvimento de morte quando estudamos o desaparecimento de civilizações, evolução e seleção natural, cadeia alimentar, ciclo do carbono, ciclo da vida, catástrofes ambientais, entre outros. Mais do que uma questão de idade e desenvolvimento cognitivo, as concepções de morte das crianças são formadas a partir do contexto cultural e das relações sociais em que estão inseridas. Diante de tal fato, o objetivo geral desta pesquisa é identificar/reconhecer quais as representações sociais de morte de crianças do Ensino Fundamental I e a partir daí, apresentar uma proposta de Núcleo Central dessas representações. Consideramos que a Teoria das Representações Sociais proposta por Moscovici é adequada para direcionar a investigação e as discussões aqui apresentadas, por possibilitar compreender como esse tema tem sido construído socialmente e como as crianças se apropriam dele. Para fazer emergir essas representações, utilizamos a contação de histórias infantis e o desenho como atividade de expressão, ao considerarmos que é uma atividade atraente para as crianças, que estimula sua criatividade e faz surgir elementos simbólicos sobre a morte. Vinte crianças de uma escola da periferia de Aparecida de Goiânia participaram da investigação e os dados gerados nos permitiram propor a tese de Núcleo Central dessas representações alicerçado em valores religiosos que apresentam uma visão antagonista entre bem e o mal.