Meu repertório de pequenas alegrias: o diálogo entre afetividade e lazer no parque Olhos D’Agua do Distrito Federal
Afetividade; Lazer; Pandemia de COVID-19; Parque Ecológico Olhos D´água; Teoria dos afetos
A relação pessoa-ambiente em espaços públicos de lazer no contexto da pandemia de Covid-19 é o foco desta investigação. O objetivo é compreender a experiência afetiva dos usuários com o parque que frequentam e analisar como se dá o diálogo entre lazer e afetividade em parques no contexto da pandemia de COVID-19. Propomos uma abordagem metodológica multireferencial, fundamentada em estudo de caso realizado no Parque Olhos D`água, localizado na cidade de Brasília (DF). A coleta de dados foi realizada por meio de observação direta, construção do mapa afetivo do parque e entrevistas móveis semiestruturadas, costuradas à pesquisa bibliográfica e documental. Para a análise de dados, usamos triangulação de métodos e técnicas, alicerçada no tratamento dos dados empíricos e no diálogo com os autores. Os resultados mostram que, na dimensão individual, os frequentadores vivenciam uma rica e prazerosa experiência de lazer, manifestada pela estima de lugar potencializadora. Do ponto de vista coletivo, não estão inseridos em atuações coletivas que envolvam o parque a uma visão sistêmica dos processos socioambientais. Concluímos que o lazer como elemento de integração com o parque é uma rica experiência, que se mostra na expressão da afetividade dos sujeitos pelo lugar, mas restringe-se ao olhar individual. A afetividade é um elemento potencializador, mas não definidor da ação coletiva. É preciso gerar reflexão que extrapole o individual e que contribua para a ação coletiva. A educação ambiental tem papel mediador entre as funções públicas de lazer e conservação nas áreas protegidas. Programas de educação ambiental devem fazer parte do processo de gestão dos parques públicos, em diálogo com a realidade das unidades de conservação localizadas em zona urbana, que precisam ser administradas no contexto de uma cidade