A escuta na primeira infância: uma possibilidade de educar para a realidade do desejo no chão da escola
Desejo dito e não dito; Escuta; Criança; Educação Infantil; Psicanálise e Educação
Busca elucidar que os desejos ditos e não ditos das crianças, por meio da escuta e da garantia de voz, podem provocar mov imentos no vínculo didático possibilitando educação para a realidade. Situada epistemologicamente na Psicanálise em interface com a Educação e contribuições da Sociologia da Infância, está comprometida com a produção de saberes subjetivos por meio do desenho de uma Manta Subjetiva dos Desejos de Aprender, pela costura das experiências marcadas na escuta do cotidiano da Educação Infantil. Objetivos: analisar como desejos ditos e não ditos das crianças, por meio da escuta e da garantia de voz, podem vir a movimentar o vinculo didático possibilitando uma educação para a realidade; refletir sobre como os desejos ditos e não ditos favorecem o movimento no vinculo didático; verificar o lugar de fala do sujeito-criança no percurso pedagógico pensado pelo sujeito-professor; e identificar o lugar dos desejos ditos e não ditos das crianças no chão da escola. Uma investigação qualitativa, apoiada na abordagem de multimétodos: observação participante, rodas de conversa , entrevista narrativa e a memória educativa. Análise revelou entrelaçamento dos eixos: lugar de fala das crianças instaurado pela (in)satisfação de modelos pedagógicos; concepção de organização do espaço pedagógico da educação infantil; lugar pensado para as crianças atravessando temporalidade da dimensão do ato docente;lugar alicerçado pelas cenas familiar/pedagógica. Ocaminho sinalizou que o desejo atravessa o lugar de fala das crianças e a temporalidade da dimensão do ato docente, revelando a importância de garantir a voz das crianças como sujeitos do desejo, protagonistas e participativos