INFÂNCIA, PANDEMIA E EDUCAÇÃO: Vivências e espacialidades de crianças em meio à crise
Crianças, Infância, Covid 19, Vivência, Teoria Histórico Cultural
Esta pesquisa se insere no debate recente sobre a situação de crianças no contexto da pandemia do Covid-19. Este trabalho surge da constatação de que as lacunas impostas pela conjuntura pandêmica representam ameaças desiguais para as vidas de crianças em diferentes posições sociais, históricas e geográficas. Propõe considerar urgente a escuta e a construção de espaços de diálogos que permitam que as crianças expressem e narrem como tais panoramas se integram às suas vivências, àquilo que é vivido e sentido. A pandemia expõe, efetivamente, a necessidade de endereçar não uma infância em si mesma, mas as condições particulares que configuram diferentes experiências de infância. Os efeitos da crise de saúde pública e seus desdobramentos não se fazem sentir de maneira uniforme. Entendemos que as crianças estabelecem relações originais com o espaço e com o tempo e articulamos distintos enfoques teóricos que dão visibilidade à participação das crianças como sujeitos de saber. Assumimos como referencial metodológico os princípios da Epistemologia Qualitativa. O campo empírico foi realizado com crianças entre 6 e 10 anos em uma escola do Distrito Federal. Temos como objetivo analisar as vivências de crianças no contexto pandêmico. Tais vivências são entendidas como marcas da relação da criança com o meio, um meio não determinante, mas imaginado, gerador de processos afetivos e de expressões particulares. As análises apontam, até aqui, que ao falar da pandemia, as crianças falam sobre seus direitos, sobre suas relações familiares, seus vínculos com a escola e com outros aspectos de sua vida