O (im) possível mal-estar docente no contexto da escola em tempo integral: reflexões à luz da Psicanálise e Educação
Mal-estar docente; Psicanálise e Educação; Educação Integral; Rede integradora, Educação Integral em tempo Integral ( PROEITI)
No contexto educativo é cada vez mais comum encontrar professores queixosos sobre os mais diversos aspectos que permeiam seu ofício. Angústia, depressão, estresse, esgotamento, pânico são apenas alguns dos nomes que utilizam para nomear os sintomas que decorrem dos sentimentos de “falta”, incompletude, impotência e incertezas com os quais se deparam em sua profissão. Este projeto busca investigar o mal-estar docente em escolas de tempo integral da rede pública do Distrito Federal, partindo da articulação Psicanálise e Educação, por acreditarmos que as especificidades desse modelo de ensino, no qual o docente tem uma vivência maior com seus alunos, seja mais favorável as percepções das vicissitudes da sociedade contemporânea. Ressalta-se que esse conceito inscreve-se na acepção psicanalítica, pautado em Freud que se refere a um estado subjetivo de sofrimento, sentimento de falta e/ou incompletude que marca a construção de nossa condição social. Os sujeitos da pesquisa serão professores que atuem nos dois modelos de educação em tempo integral na educação básica da SEEDF. A pesquisa será pautada na abordagem qualitativa, fundamentada na teoria psicanalítica. A partir da escrita da memória educativa, singular dispositivo de pesquisa permitindo que, a partir da sua narrativa, o professor possa desenvolver novas relações com os fatos já vivenciados em sua trajetória, (re)construindo laços em sala de aula e possíveis relações com seu fazer docente na realidade da escola a qual trabalha. Complementando será realizada entrevista oral semiestruturada com aproximações possíveis à escuta sensível (Barbier) reconhecendo a importância da sua narrativa para investigação do mal-estar docente.