Banca de DEFESA: Valdivan Ferreira de Lima

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Valdivan Ferreira de Lima
DATA : 27/06/2024
HORA: 14:30
LOCAL: online
TÍTULO:

MEMÓRIA AUTOECOBIOGRÁFICA EDUCATIVA: uma proposta de pesquisa-formação docente para a ressignificação da Educação Ambiental


PALAVRAS-CHAVES:

Memória Autoecobiográfica Educativa; Docente; Educação Ambiental; Conexão com a Natureza; Valores Ecológicos com a Natureza; Valores Ecológicos.


PÁGINAS: 217
RESUMO:

A formação tem sido apontada como aspecto importante para minorar a falta de engajamento docente nas atividades de Educação Ambiental em escolas públicas e a consequente incidência de abordagens superficiais e descontínuas do tema meio ambiente. Nesse sentido, a presente pesquisa teve por objetivo construir um dispositivo de pesquisa-formação, nomeado “Memória Autoecobiográfica Educativa”, com vistas a avaliar o seu potencial para incentivar a relação humano/natureza e favorecer o sentimento de pertencimento docente ao campo de atuação da Educação Ambiental no contexto escolar. O público-alvo foi constituído por professores da Educação Básica, em regência de classe na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com atuação em escolas da rede pública de ensino vinculadas à Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. O estudo, de método misto sequencial, foi estruturado em três fases: na primeira, com abordagem quantitativa, aplicou-se um survey à 296 professores de 17 escolas, com média etária de 42,1 anos, sendo 91,9% do sexo feminino. Por meio de um questionário online composto por questões sociodemográficas e dois instrumentos – escala de Inclusão da Natureza no Self (INS) de Schultz (2002) e Questionário de Valores Refinado (PVQ-R) de Schwartz et al. (2012), almejou-se verificar a percepção de conectividade com a natureza e o nível de presença de valores de autotranscendência dos participantes. Na segunda fase, com abordagem qualitativa, realizou-se um processo formativo com um grupo de 12 professoras e 3 professores de uma das escolas colaboradoras, com média etária de 40,9 anos. O processo de pesquisa-formação foi conduzido com a aplicação do dispositivo construído, no qual foram oportunizados espaços/tempos de escuta sensível e reflexão dialógica a respeito de valores ecológicos, conexão com a natureza e Educação Ambiental, a partir da escrita e socialização de narrativas das memórias educativas e ambientais (autobiografias ambientais) dos sujeitos. A terceira fase foi dedicada à aplicação dos instrumentos referenciados na primeira fase da pesquisa aos participantes segunda, após o processo formativo, com o intuito de verificar possíveis mudanças nos escores que pudessem sinalizar alterações na percepção de inclusão à natureza e a ativação de valores de autotranscendência. Para os dados quantitativos foram utilizadas análises descritivas e inferenciais multivariadas, já os dados qualitativos foram verificados com a análise compreensiva-interpretativa das narrativas, ressaltando-se a importância de cada método e a possível interlocução entre eles. A pesquisa se fundamentou no pensamento complexo e transdisciplinar ao propor o diálogo teórico-metodológico entre a Educação Ambiental, a Ecologia Humana e a Psicologia Ambiental, mediado pela abordagem (auto)biográfica. As oficinas autoecobiográficas podem ter influenciado na percepção de conexão com a natureza do grupo de docentes que participou da formação na segunda fase, na medida em que se verificou aumento das médias obtidas na fase 3 em relação às médias do estudo inicial, passando de 4,58 (DP=1,82) para 5,13 (DP=1,55). De forma semelhante, é possível verificar diferenças nos valores de autotranscendência entre os dois estudos, passando da média (M) 4,93 (DP=0,52) para a média (M) 5,13 (DP= 0,40). As trajetórias pessoais apresentaram marcas e lacunas que reverberam na formação acadêmica e na atuação profissional, limitando especificamente, em diferentes graus, a construção de um arcabouço teórico e prático em relação à temática ambiental. No decorrer da formação há o reconhecimento de tal condição e uma predisposição para mudanças, possivelmente pelo trabalho de desconstrução do conceito de Educação Ambiental e, de forma mais contundente, pela identificação dos sujeitos com a pauta ecológica a partir das interações afetivas com a natureza despertadas pelas próprias memórias. No que diz respeito à sinalização de condições favoráveis à ativação de valores ecológicos, ressalta-se a mediação das narrativas (orais e escritas) nesse processo. A reflexão em grupo propiciou experiências de ordem afetiva, cognitiva e sociocultural, pelas quais se permitiu um processo de autoeco-formação, ao abordar sequencial e entrelaçadamente os componentes elementares e indissociáveis da vida: o eu, a natureza e os outros. Vislumbram-se, portanto, possíveis contribuições para políticas públicas de formação docente que busquem incentivar a conexão com a natureza e a ativação de valores ecológicos pela mediação do método (auto)biográfico.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2164507 - CLAUDIA MARCIA LYRA PATO
Externo à Instituição - ELIZEU CLEMENTINO DE SOUZA - UNEB
Interna - ***.860.028-** - INES MARIA MARQUES ZANFORLIN PIRES DE ALMEIDA - UnB
Interno - ***.304.325-** - VERA MARGARIDA LESSA CATALAO - UnB
Externa à Instituição - VIVIANY SILVA PESSOA - UFPB
Notícia cadastrada em: 10/06/2024 15:35
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