Memória Educativa: subjetividade e implicação na prática docente e repercussões pedagógicas da pandemia de Covid-19
Educação, psicanálise, subjetividade, memória educativa, docência e pandemia.
Esta dissertação insere-se no campo da subjetividade, a partir de uma leitura psicanalítica sobre a constituição da dimensão subjetiva, além do campo da memória, haja vista que essa é constituída no decorrer da vida e impacta na trajetória do sujeito. Com um recorte educacional, este projeto analisa a marca de memória inscrita nos professores do ensino fundamental, mais precisamente, do sexto e sétimo ano, e concomitante na análise de como essas memórias educativas implicam no estilo da docência. Para mais, refletindo, também, a influência e as possíveis repercussões da pandemia de Covid-19 na educação, tais como: a dificuldade de acesso ao ensino remoto e a evasão escolar. Nessa perspectiva, esta pesquisa, de cunho qualitativo, utilizou o aporte teórico da psicanálise para compreensão da subjetividade, sobretudo, nos conceitos freudianos, além da análise da memória a partir da concepção de aparelho psíquico. Com isso, a estratégia de investigação utilizada foi o dispositivo da memória educativa, sendo realizada através de escrita das memórias, e a entrevista semiestruturada, para aprofundamento do material escrito. Para a realização do projeto, os sujeitos de pesquisa foram professores da Secretaria do Estado de Educação do Distrito Federal, com formação em português e matemática e atuantes nos sextos e sétimos anos, no período em que este projeto foi desenvolvido. A escolha de docentes de português e matemática foi motivada pelo maior número de aulas dessas disciplinas, e a escolha dos anos justifica-se por se tratar dos dois primeiros anos após a educação infantil, ou seja, um período de transição e de significativas mudanças para os professores e alunos, devido às possíveis marcas impressas nesta passagem, portanto é fundamental a reflexão do professor sobre as implicações pessoais e pedagógicas de sua atuação para que possa refletir enquanto sujeito que afeta e também é afetado.