Escrevivência da infância negra em seus processos subjetivos de existência e re-existência na contemporaneidade
Infância e criança negra; Escrevivência; Subjetividade; Existência e (Re)existência.
A pesquisa intitulada "Escrevivência da infância negra em seus processos subjetivos de existência e re-existência na contemporaneidade" constitui-se um importante subsídio para a discussão da temática no ambiente escolar, destacando a necessidade de escutar as crianças e problematizar a efetivação da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER). O objetivo geral é investigar a subjetividade da infância negra e seus processos de existência e re-existência na contemporaneidade. Assim, o estudo dialoga com teóricos da epistemologia negra, como Sueli Carneiro (2023), Nilma Lino Gomes (2023), bell hooks (2021), Cida Bento (2022), Fabiana de Albuquerque (2022; 2024) e Nego Bispo (2018; 2023). Além disso, traz à tona a metáfora do conceito de 'escrevivência', proposta por Conceição Evaristo (2020), para justificar sua própria escrevivência, que, em uma ousadia transgressora e insurgente, apresenta-se na primeira pessoa. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa e bibliográfica, integrando a escrevivência como referencial metodológico, e é realizada em uma escola quilombola localizada na Região Metropolitana de Goiânia (RMG). A tese conclui que as infâncias negras têm gerado processos de existência e re-existência, sendo imprescindível aprender com as crianças, ouvindo-as e rompendo com o adultocentrismo, a fim de implicá-las na efetivação da legislação ERER. Os resultados evidenciam tanto os obstáculos quanto as possibilidades que emergiram ao longo do processo de existência e re-existência da pesquisadora, em resposta ao racismo estrutural presente nos ambientes acadêmicos e escolares.