Constituição das políticas públicas de formação continuada para professores da educação básica entre países da América Latina.
Políticas públicas; Formação Continuada, América Latina.
Esta tese investiga as políticas públicas de formação continuada para professores da educação básica em três países da América Latina: Brasil, Chile e Cuba, a partir de uma perspectiva crítica fundamentada no materialismo histórico-dialético. A pesquisa busca compreender as forças políticas, filosóficas e epistemológicas que determinam e influenciam a formação docente em cada contexto. Como ponto de partida, analisa-se a historicidade e a estrutura ideológica de cada país, considerando a configuração de Estado e os projetos de reforma educacional enquanto reflexo das relações de poder. A hipótese sugere que as políticas públicas de formação docente operam como campo de disputas entre modelos neoliberais e uma perspectiva de formação integral e emancipatória pautada na epistemologia da práxis. A metodologia adotada é qualitativa e crítica, com ênfase na análise documental e revisão bibliográfica, situando as políticas educacionais no contexto das contradições socioeconômicas e culturais. A pesquisa concentra-se nas políticas vigentes entre 2016 e 2021, revelando que, enquanto o Chile privilegia uma estrutura descentralizada e de responsabilização individual, o Brasil manifesta uma convivência tensa entre influências neoliberais e pressões por uma formação crítica e autônoma. Em contraste, o modelo cubano destaca-se pela centralidade do Estado e pela integração entre educação e trabalho como prática social. Conclui-se que, embora existam diferenças significativas, as políticas de formação continuada nos três países materializam as tensões entre a emancipação docente e as restrições impostas por modelos regulatórios e mercadológicos, apontando para a necessidade de políticas que fortaleçam a formação docente como prática de resistência e construção de consciência crítica.