Formação continuada de professores alfabetizadores: implicações dos Programas Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e Tempo de Aprender nas práticas de leitura e escrita.
Educação; Formação de Professores Alfabetizadores; Alfabetização e Letramento; PNAIC; Tempo de Aprender.
Esta pesquisa investigou, com base nas concepções de duas docentes atuantes no 1º ano do Ensino Fundamental da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, as implicações dos Programas: Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC e Tempo de Aprender nas práticas didático-pedagógicas para o ensino da leitura e da escrita. Propôs-se a responder a seguinte questão: Quais as implicações da formação continuada vivida nos Programas de formação de alfabetização PNAIC e Tempo de Aprender para as práticas didático-pedagógicas no ensino da leitura e da escrita dos docentes atuantes no Bloco Inicial de Alfabetização? O estudo ancora-se em dois pilares fundamentais: a formação de professores e a alfabetização. Para referendar a pesquisa, apoiou-se em autores como Chartier (2000; 2007) para a discussão sobre saberes-fazeres docentes; Tardif (2002) e Saviani (2002,2009) para referendar a história e concepções da formação de professores, entre outros. Com foco na alfabetização, baseou-se em Mortatti (2004; 2010, 2012; 2021) para abordar a história dos métodos para alfabetizar e Soares (2008; 2010; 2017; 2021), Leal (2012,2019), Morais (2012; 2019) que debatem alfabetização e letramento, assim como outros autores. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa (André, 2005), tendo em vista sua natureza interpretativa. Como instrumento de pesquisa, foi utilizada a entrevista semiestruturada com duas professoras da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, em 2024, atuantes no 1º ano do Ensino Fundamental. Para a análise dos dados, o estudo contou com a Análise de Conteúdo Temática de Bardin (2020) e Franco (2021). Os resultados demonstrados nas análises apontaram que, mesmo com concepções epistemológicas distintas as professoras, em uma coerência pragmática, se utilizam dos pressupostos dos dois Programas. Foram apontadas como contribuições relevantes do PNAIC os gêneros textuais, a leitura deleite e os modelos de planejamento (sequências e projetos didáticos). Quanto ao Tempo de Aprender, as videoaulas foram consideradas importantes para orientação de algumas situações didáticas. No que se refere aos eixos do ensino da língua, o maior investimento foi no eixo da análise linguística e a leitura de textos, considerando a necessidade da apropriação do sistema de escrita alfabética ao final do primeiro ano. A metodologia do Tempo de Aprender foi considerada, pelas professoras pesquisadas, mais adequada ao processo inicial de alfabetização. Com relação às práticas avaliativas, observamos uma aproximação com a perspectiva formativa, aproximando-se dos pressupostos defendidos pelo PNAIC. No eixo da heterogeneidade, sinalizaram para diferentes arranjos didáticos e pedagógicos, a fim de atender às hipóteses de escrita. Quanto aos recursos e materiais disponibilizados, as professoras demonstraram ter feito uso dos recursos do Tempo de Aprender, no entanto, no período da pesquisa, relataram a utilização frequente dos jogos do PNAIC. Em síntese, os pressupostos de ambos os Programas estavam presentes na prática das professoras, com o argumento de alcançar as singularidades de aprendizagens dos/as estudantes.