A boniteza e o encantamento da Educação Popular: narrativas e histórias de educadoras populares do Distrito Federal
Educação Popular, Educação de Jovens e Adultos, Paulo Freire, Entrevista Narrativa, Formação de educadores populares
Esta pesquisa de mestrado tem por objetivo geral compreender os desafios da Educação Popular no Distrito Federal com base na trajetória de vida de educadoras populares freirianas que atuam na alfabetização de jovens, adultos e idosos. Além disso, possui como objetivos específicos situar, historicamente, no tempo e no espaço, a Educação Popular e sua interface com a Educação de Jovens e Adultos no Brasil e no Distrito Federal a partir do contexto de redemocratização; identificar os conceitos de conscientização e diálogo de Freire presentes nas memórias e na trajetória das educadoras populares, e analisar a constituição das educadoras populares por meio de sua história oral. A justificativa para este estudo encontra-se na realidade social brasileira, onde existem 9,6 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever que pertencem à classe dos trabalhadores que não tiveram seu direito público subjetivo à educação assegurados. A Educação Popular dialoga com a realidade destas pessoas, reconhecendo seus saberes e experiências bem como seus desafios e questões do dia a dia. A prática pedagógica é construída com o sujeito popular e não se limita a alfabetizar, mas desenvolver consciência crítica e autonomia do sujeito visando a transformação individual, social e política para a superação dos problemas destacados. Como aporte teórico, tem-se Brandão, 1986, 2003, 2008; Catelli, 2024; Costa, Oliveira e Machado,2019; Freire, 2003, 2017, 2022; Haddad, 2000, 2019; Mejia, 2014, Paludo, 2012, 2015; Paulo, 2018; Torres e Nascimento, 2021; Vieira, 2000. Para atingir os objetivos, a metodologia utilizada será de natureza qualitativa por meio das entrevistas narrativas, tendo por metodologia a história oral com recorte temático, cujas referências estão em Alberti, 2004; Bragança, 2016; Meihy,2002; Thompson 2002. Este método possibilita dar voz às educadoras populares no Distrito Federal, que se tornaram educadoras freirianas, permitindo compreender suas trajetórias, desafios e aprendizados no período de redemocratização do país, a partir de suas memórias. As educadoras populares estão vinculadas a dois movimentos populares, que são o CEPAFRE, na Região Administrativa da Ceilândia, e o CEDEP, na Região Administrativa do Paranoá/Itapoã, ambos constituídos no fim dos anos de 1980.