AUTO-ORGANIZAÇÃO DAS JOVENS RIBEIRINHAS AMAZÔNICAS: uma análise a partir das egressas do curso de Licenciatura em Educação do Campo/CAAB/UFPA
Licenciatura em Educação do Campo; Formação de jovens ribeirinhas; Auto Organização; Práxis, Baixo Tocantins.
A pesquisa teve como objetivo compreender as contribuições do processo formativo, da Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC) na Universidade Federal do Pará (UFPA) Campus Abaetetuba, para a promoção da auto-organização das jovens ribeirinhas egressas, deste curso em seus territórios, considerando a análise da práxis social em diferentes espaços sócio profissionais e comunitários. A pesquisa ancora-se no materialismo histórico dialético e, trabalhou com as categorias historicidade, contradição e totalidade, imprescindíveis para a construção de análises norteadas pela análise de conteúdos (Bardin, 2011), como técnica sistemática e objetiva para compreensões e inferências a partir de um conjunto de dados. Explorar e compreender o significado do que foi coletado, ultrapassando a mera descrição dos fatos, na busca pela essência do objeto perscrutado. A proposta foi essencial para ouvir e dar visibilidade à história de jovens ribeirinhas que vivem em as margens dos rios, no Norte do Brasil, localizadas ao norte do estado do Pará, na região do Baixo Tocantins – território amazônico, definido como espaço político por excelência, um campo de ação e de poder, onde se realizam determinadas relações sociais, visto efetivamente em sua complexidade como pontua Molina et. al. (2004), considerando assim a categoria território. Compreende-se a importância desses diálogos para ressaltar as vozes de mulheres que nos ensinam sobre o feminismo como campo de estudos e relação de poder em acordo com Flávia Biroli (2014, 2018, 2020); Saffioti (1987, 2013) e Gerda Lerner (2019) para Educação do Campo e formação de educadores Molina (2012, 2017), Caldart (2002, 2010), Freitas (2002). A pesquisa sobre a formação e auto-organização de jovens ribeirinhas, luta de classe, território e práxis, possibilitou reflexões acerca de uma realidade que envolve hoje uma parcela da classe trabalhadora composta por jovens ribeirinhas, que fazem parte de movimentos sociais e nutrem a juventude, como fruto da organização social e política dos interesses e anseios dos povos do campo.